A paralisação dos professores de universidades estaduais do Paraná nesta quarta-feira (7) teve a adesão dos técnicos da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Eles decidiram realizar piquetes e fechar todas as entradas do campus deixando o trânsito congestionado na região. Uma viatura da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) estava no local por volta das 8h30 para organizar o tráfego e evitar acidentes.

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O diretor-tesoureiro do Sindicato dos Professores do Ensino Superior Estadual de Londrina (Sindiprol/Aduel), Sinival Osório Pitaguari, contou que o piquete organizado pelos técnicos acabou atrapalhando as ações dos professores, que pretendiam percorrer o campus no início desta manhã. Por conta disso, eles programaram uma manifestação conjunta ao meio-dia no Restaurante Universitário (RU). O objetivo é esclarecer todos da categoria sobre as reivindicações.

Os professores querem que o governo do Paraná cumpra a promessa, feita no final do ano passado, de encaminhar à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) o projeto de lei que equipara o piso salarial dos professores com o dos técnicos de nível superior.

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Pitaguari explicou que o piquete dos técnicos foi reorganizado por volta das 8h30 para permitir que os carros entrassem no campus e fizessem o retorno de volta à cidade. "Estava tudo parado", contou.

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Técnico-Administrativos da Universidade Estadual de Londrina (Assuel), Marcelo Alves Seabra, disse que a manifestação dos técnicos é para negociar com o governo o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da categoria.

Segundo ele, o Ministério Público (MP) entrou com uma ação de inconstitucionalidade contra dois artigos do plano que se referem à progressão da carreira dos funcionários. Ele contou que estão esboçando um novo projeto, mas o governo estadual não demonstrou interesse em negociar.

Estudantes também participam da manifestação

O diretor-tesoureiro do Sindiprol/Aduel, informou que o Diretório Central dos Estudantes (DCE) "engrossou" o movimento nesta manhã. "O governo cortou para um quarto as verbas de custeio que repassava às universidades. Os alunos foram prejudicados. Bolsas de projetos de ensino, pesquisa e extensão foram cortadas parcialmente", explicou. O valor da refeição no RU também poderá sofrer aumento, segundo ele.

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Manifestação

Na região de Londrina, mais de 2,3 mil professores devem participar da paralisação, sendo 1,6 mil só da UEL e o restante da Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (Fecea) e da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp). A proposta do governo estadual era de conceder reajuste de 9,62% acima da inflação de 2012 a 2014, para que os salários fossem igualados. A medida seria implementada no primeiro semestre deste ano, mas, quando foi para votação na Assembleia, o governo recuou e a retirou de pauta, alegando a existência de "problemas técnicos".

De acordo com o Sindiprol/Aduel, a diferença de salário de professores e de técnicos é de 31,73%. O sindicato não descartou a possibilidade de greve.