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Mães de vítimas da violência policial e representantes de instituições de defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes participaram no início da tarde de sábado (23) de uma manifestação para lembrar os 18 anos da Chacina da Candelária, ocorrida em 23 de julho de 1993 em frente à igreja homônima no Rio de Janeiro.

De braços dados, reunido diante da igreja, no centro do Rio, em torno da cruz com os nomes dos oito jovens mortos na chacina, o grupo de mulheres exibiu fotos de seus filhos desaparecidos, orou e soltou balões grafados com a palavra paz.

A manifestação, intitulada: Caminhada em Defesa da Vida – Candelária Nunca Mais! foi precedida por uma carreata de comunidades cariocas. Durante o ato, uma lista com o nome de 40 crianças e adolescentes mortos ou desaparecidos foi lida pela representante do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente Maria de Fátima Pereira da Silva. A entidade colocou sobre o gramado da praça em frente à igreja um cartaz com os dizeres: A paz no Rio de Janeiro é possível; faça a sua parte.

A exemplo do ano passado, nos 17 anos da chacina, participaram do ato representantes do movimento Mães de Maio, criado em 2006 na Baixada Santista, em São Paulo. "Os meninos da Candelária são filhos dos homicídios do Brasil mas também nossos filhos. Temos que lutar para que essa violência seja banida de nosso país, que está com a pena de morte decretada para a periferia", disse Débora Maria da Silva, coordenadora do movimento.

Izildete Santos da Silva, mãe do menino Fábio Eduardo Santos da Silva, desaparecido em 2003 em Queimados, na Baixada Fluminense, comparou o caso de seu filho com o do menino Juan Morais, morto no mês passado por policiais militares, na mesma região. "Até agora não houve uma resposta sobre o desaparecimento do meu filho. Eu sinto que aconteceu com ele a mesma coisa que houve com o Juan".

Os 18 anos da chacina também foram lembrados na sexta-feira (22) em um ato ecumênico na Igreja da Candelária, que reuniu centenas de pessoas. A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, participou do ato religioso.

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