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Reação ao STF

Manifestações contra o aborto acontecem em diversas cidades do Brasil

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Marcha contra o aborto em Brasília. (Foto: Reprodução/Instagram/@desembargadorsebastiaocoelho)

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Manifestações contra o aborto ocorreram em todas as capitais e em dezenas de cidades do interior país nesta quinta-feira (12). O evento foi uma reação ao voto da ex-ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber a favor da descriminalização do aborto no âmbito da ADPF 442.

As passeatas foram convocadas por diversos movimentos conservadores, entre os quais a Marcha da Família e o Nas Ruas. Os organizadores apostavam que esta seria a maior manifestação pró-vida da história do país. No último fim de semana, a “Caminhada pela Vida e Contra o Aborto” já reuniu manifestantes em diversas cidades do país, mas os coordenadores do evento deste dia 12/10 esperavam um público maior.

Na manhã desta quinta, em várias cidades, além de faixas com mensagens pró-vida, os participantes levaram bandeiras de Israel, em homenagem às vítimas dos ataques feitos pelo grupo terrorista islâmico Hamas nos últimos dias.

Outras pautas despontavam em faixas, cartazes e discursos, como o combate às drogas, à ideologia de gênero, à pedofilia e ao tráfico de crianças.

No Rio de Janeiro, onde o eventou começou às 9h30 na praia de Copacabana, além de mensagens em defesa da vida, manifestantes carregavam cartazes com inscrições como "A favor da inocência das crianças", "Não às drogas", "Não à sexualização precoce", "Fora Lula" e "Brasil acima de tudo".

Em Brasília, o evento contou com a presença do advogado e ex-desembargador Sebastião Coelho, que ganhou notoriedade após sua intervenção no julgamento de um dos presos do 8/1 no Supremo Tribunal Federal. Manifestantes carregavam faixas como "STF aborto não" e "Orai pela paz em Israel".

Em Salvador, onde a marcha foi marcada para as 9h30, manifestantes começaram a se reunir pela manhã no Farol da Barra usando camisetas com a mensagem "Sou contra o aborto".

Em Belém, os participantes atravessaram a av. Presidente Vargas carregando uma faixa com a inscrição "Deixem nossas crianças em paz!", de acordo com imagens divulgadas pelo portal Notícias do Pará.

Participantes das marchas de diversas cidades entoaram o hino nacional. A maioria dos manifestantes se vestiu de branco, mas o verde e amarelo da bandeira do Brasil também dominou a paisagem nas passeatas.

Nos carros de som, além de discursos pró-vida, canções gospel marcaram as manifestações, que tiveram uma forte presença de evangélicos.

Muitos municípios que não estavam na lista divulgada pelos organizadores do evento até a quarta-feira (11) acabaram promovendo manifestações, como Volta Redonda (RJ), Niterói (RJ), Paragominas (PA), Guaíra (PR) e Sobral (CE).

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Em São Paulo, na av. Paulista, onde o começo do evento foi marcado para as 14h30, alguns manifestantes já começavam a se reunir uma hora antes, gritando em coro "Vida sim, aborto não" antes do início oficial. Cartazes pedindo para o Congresso agir contra o ativismo judicial eram vistos em meio a mensagens pró-vida.

O deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos-SP) foi uma das primeiras personalidades a discursar na av. Paulista. "A nossa sociedade não aceita o aborto", afirmou ele para um público que precisava se proteger da chuva que caía em São Paulo no começo da tarde.

"Vocês elegeram deputados federais e senadores para poderem ser as pessoas que representem os senhores lá em cima, no governo federal. Por que essas importantes pautas devem ser votadas pelo Supremo Tribunal Federal? Não há nenhum motivo para isso. Esse é o primeiro ponto. E não estamos aqui para atacar o Supremo Tribunal Federal, para atacar uma pessoa física, mas sim para que a gente faça cumprir a nossa Constituição. E a nossa Constituição é clara: são deputados e senadores que representam o voto de cada um de vocês nessas pautas", complementou Abduch.

Antes de sair para a av. Paulista, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP), seu irmão, postaram um vídeo com um grupo de pessoas convocando seus seguidores a participar da manifestação.

Pelo X (antigo Twitter), o deputado estadual Danilo Balas (PL-SP) destacou que os manifestantes suportaram a chuva e a falta de transporte público para apoiar a pauta pró-vida. "Na Paulista, mesmo sob chuva e com 'greve' no metrô, patriotas marcam presença em marcha da família contra o aborto!", escreveu.

Em Aracaju, o deputado Federal Rodrigo Valadares (União-SE) descumpriu a orientação da Marcha da Família, principal organizador do evento, de evitar declarações políticas, e fez uma crítica ao STF e ao Senado do alto do carro de som. Ele destacou, contudo, que seu discurso não representava a posição dos organizadores.

"É uma posição pessoal: quem patrocina esta patifaria no nosso país de droga e aborto chama-se Supremo Tribunal Federal, STF, com a aquiescência da presidência do Senado Federal. Eles que estão patrocinando o aborto em nosso país, as drogas em nosso país. Essa não é uma posição da Marcha, é uma posição pessoal, minha, Rodrigo Valadares", disse.

Já o senador Magno Malta (PL-ES), que participou de uma manifestação no município de Vila Velha (ES), publicou em seu Instagram um vídeo discursando contra a ADPF 442, e postou o seguinte texto: "O ativismo judicial nos colocou na lamentável situação de o Poder Judiciário tomar as prerrogativas do Poder Legislativo. Estão tomando decisões sobre temas como o aborto e a descriminalização das drogas, e parece que outros temas igualmente sensíveis não serão excluídos. Eles parecem esquecer ou simplesmente ignorar que o Brasil é uma nação majoritariamente cristã. Os anseios e valores da nossa população são contrários aos que estão sendo impostos. São indivíduos que não foram eleitos diretamente pelo voto, mas estão tomando decisões que afetam o futuro de mais de 200 milhões de pessoas".

As críticas ao Supremo e ao Senado também se viam nas mensagens escritas carregadas pelos manifestantes. Em Porto Alegre, onde a passeata começou às 14h30, manifestantes levavam cartazes como "Reaja, Senado" e "Estamos em estado de exceção. Acorda, nação!".

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