A invasão do Palácio do Itamaraty, em Brasília, terminou em conflito com a polícia: atos públicos estão ficando cada vez mais violentos| Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Ato divide grupos, tem 7 detidos e gera conflito

Cerca de 3,5 mil pessoas se manifestaram em Curitiba. Fim da passeata acabou em vandalismo no Palácio Iguaçu, sede do governo

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Rio de Janeiro: Com mais de 300 mil pessoas, o protesto no Rio de Janeiro seguiu de forma pacífica até a chegada dos manifestantes em frente à prefeitura. Houve tentativa de invasão e confronto com a polícia, que dispersou o grupo com bombas de efeito moral, balas de borracha e uso da cavalaria e tropa de choque. Cerca de 40 pessoas ficaram feridas. Um carro do SBT foi incendiado
São Paulo: Em São Paulo, 100 mil se reuniram na Avenida Paulista, na maior concentração popular registrada desde o início das manifestações pela redução da tarifa de ônibus na capital. Militantes de partidos políticos foram hostilizados e houve tumulto e agressões, com bandeiras queimadas. Não houve depredação ou enfrentamento com a polícia
Recife: Mais de 50 mil pessoas tomaram conta do centro do Recife expondo a insatisfação popular em relação à qualidade dos serviços públicos, à corrupção, impunidade, PEC-37 e aos políticos. Houve pouca confusão, mas pequenos grupos promoveram furtos e provocaram correrias. Pelo menos 20 pessoas foram detidas
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No mais tenso dia da série de manifestações, cerca de 1 milhão de pessoas protestaram em 23 capitais e pelo menos outras 52 cidades brasileiras. Uma morte foi registrada em Ribeirão Preto, no interior paulista, em uma clara amostra de que os protestos saíram de controle, apesar do esforço dos governantes em baixar a tarifa do transporte público em várias cidades do país para atender ao pedidos dos manifestantes.

Tentativas de depredação de prédios públicos e investidas violentas contra a polícia foram a tônica dos atos. No Rio de Janeiro, os confrontos deixaram 22 feridos. Em Porto Alegre houve registro de saques. Em Salvador, houve conflitos seguidos com a tropa de choque. Em Fortaleza, o Palácio da Abolição (sede do poder estadual) se tornou uma praça de guerra. Na capital paranaense, sete foram detidos após a segunda tentativa de invadir o Palácio Iguaçu.

INFOGRÁFICO: Manifestantes tomaram as ruas de pelo menos 80 cidades no país

Mas a cena mais violenta foi a tentativa de invasão do Palácio do Itamaraty, em Brasília. Após duas semanas de protestos, foi o ataque mais violento a um centro de poder. Anteriormente, o Congresso, a Assembleia Legislativa do Rio, o Palácio dos Bandeirantes e o Edifício Matarazzo (sede da Prefeitura de São Paulo) haviam sido alvo de vandalismo.

Descontrole

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Impedida de subir no teto do Congresso e de se dirigir ao Palácio do Planalto, uma pequena parte dos cerca de 30 mil manifestantes que se reuniram na Esplanada dos Ministérios forçou a entrada no Palácio do Itamaraty. Eles jogaram coquetéis molotov contra o prédio, destruíram vidros da fachada e foram repelidos com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.

Antes, no Congresso, pelo menos uma pessoa foi atingida por um desses rojões e precisou de atendimento médico. Até as 22 horas, o saldo era de mais quatro policiais feridos e um manifestante – não havia um número definido de detidos pela polícia. A manifestação foi a maior realizada na capital desde o início dos protestos, na semana passada.

Como em outras manifestações similares pelo país, o evento foi organizado por diferentes grupos. Os dois principais foram o Acorda Brasília! e o movimento Copa pra Quem?, que já havia promovido o primeiro protesto na capital, sábado, antes da estreia da seleção brasileira na Copa das Confederações. A maioria dos participantes, no entanto, não tinha vínculo com qualquer organização.

A grande maioria dos participantes fez protestos pacíficos e vaiou os envolvidos em vandalismo e violência. "Vim para pedir paz e vergonha na cara para esses deputados e senadores", disse o professor Luís Brito, 70 anos. Ele e a filha, de 15 anos, levavam uma faixa branca com a palavra paz. No final da tarde, eles se posicionaram próximo à linha de policiais montada para proteger o prédio do Congresso, mas logo tiveram de sair para fugir dos rojões.

Próximo a eles, três universitários carregavam cartazes pedindo melhorias na educação pública. "É o mínimo para conseguirmos no futuro uma sociedade mais digna e sem violência", afirmou o estudante de Engenharia Civil Thomas Mares, 19 anos.

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Morte