Os manifestantes de movimentos de luta pela terra começam a desocupar no início da noite desta quarta-feira (06) a sede do Incra - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, em Salvador, depois de uma promessa do governo. O protesto faz parte do movimento Abril Vermelho, que desde o início do mês já ocupou 32 áreas em toda a Bahia.

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Integrantes de cinco movimentos de luta pela terra foram para a sede do Incra, no bairro de Sussuarana. A ocupação começou na última terça-feira. No local havia famílias como a de S. Raildo, que há nove anos espera por um pedaço de terra em um acampamento no sul do estado.

"Em todos esses anos nunca foi feita vistoria na fazenda. Eles prometeram ir, mas não foram". disse Raildo Costa, agricultor.

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"Há uma certa resistência do proprietário e aí eles pegam e ficam usando de várias instâncias da justiça para recorrer. Um imóvel que não apresente essas dificuldades que eu coloquei, demora em torno de dois a dois anos e meio", pontua Marcos Nery, superintendente substituto do Incra.

Depois de receber lideranças de vários movimentos de luta pela terra o governador Jaques Wagner desceu na governadoria para atender manifestantes que protestavam no local.

"Vou resolver colocando mais orçamento para a assistência técnica, para o programa Água para Todos, para o Luz para Todos, para o programa de habitação e também dando títulos de terra para aqueles que já vivem na terra e que precisam legalizar", disse Jaques Wagner, governador da Bahia.

"Estamos satisfeitos porque vai ser atendido o que é possível ser atendido e nós estamos saindo", avalia Rosival Leite, da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar.

Cerca de 40 mil famílias vivem em 638 assentamentos rurais, mas ainda há 120 acampamentos espalhados por todo estado.

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