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A Câmara Municipal do Recife, na área central da cidade, foi desocupada por volta das 3 horas dessa quinta-feira (9), dez horas depois de ter sido ocupada por cerca de 70 integrantes da Frente de Luta pelo Transporte Público (FLTP). Eles reivindicam passe livre para estudantes e desempregados e pedem a abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o sistema de transporte público da capital pernambucana. Não houve depredação e a saída dos manifestantes foi pacífica.

Pedro Josephi, da FLTP - versão local do Movimento Passe Livre - avaliou a ocupação como positiva. Eles conseguiram o compromisso do presidente da Câmara, Vicente André Gomes (PSB), da votação em plenário para decidir sobre a criação da CPI na próxima terça-feira, 13; uma audiência com o prefeito Geraldo Júlio (PSB); e a promessa de votação do projeto da lei do passe livre, em um prazo máximo de 45 dias.

A demora nas negociações ocorreu porque os manifestantes exigiam inicialmente, que 13 vereadores assinassem o pedido de abertura da CPI, garantindo a instalação imediata da comissão. Diante do impasse, os ativistas cederam.

Eles entraram na Câmara para acompanhar uma plenária sobre transporte público, requerida pelo vereador Raul Jungmann (PPS), na tarde dessa quinta-feira, 8. Ao final da sessão, por volta das 17h30, foram colocadas faixas dos movimentos nas janelas do prédio, indicando a ocupação. "A ocupação foi uma estratégia que seguiu a tendência de movimentos em outros Estados brasileiros", afirmou Josephi. "Foi o estopim de uma luta antiga".

Parte dos manifestantes - muitos deles mascarados - foi impedida de entrar na Casa pela guarda municipal. Em reação, interditaram o trânsito ateando fogo a lixo e pneus na rua. A polícia militar usou balas de borracha para liberar o tráfego e duas pessoas foram presas, mas liberadas em seguida.

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