| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Um grupo de aproximadamente 70 pessoas, formado por integrantes do Movimento de Acompanhamento ao Transporte Público (Matu), da Frente de Luta pelo Transporte e do movimento R$ 3,70 Nem Tenta invadiu estações-tubo no Centro de Curitiba na noite desta quinta-feira (4) e liberaram algumas catracas para que os passageiros embarcassem nos ônibus sem pagar a passagem. Esse foi mais um ato contra o aumento da tarifa na capital paranaense

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Confira imagens do protesto

A reunião para o protesto ocorreu no pátio da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), por volta das 18h30. Cerca de meia hora depois, o grupo se dirigiu à estação Marechal, na esquina da Mariano Torres com a Marechal Deodoro. Os manifestantes conversaram com o cobrador, mas não conseguiram fazer com que o trabalhador liberasse a entrada dos usuários sem o pagamento dos R$ 3,70. Tentaram também a catraca utilizada para o desembarque dos passageiros dos ônibus (do outro lado do tubo), mas não tiveram sucesso.

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Catraca liberada na Estação Central 

Às 19h15, as pessoas que participavam do ato chegaram à Estação Central, na Presidente Faria, perto do Calçadão da XV. Algumas delas pularam as roletas, enquanto outras tentavam, mais uma vez sem sucesso, que os cobradores liberassem a entrada de todos – manifestantes e usuários. Mesmo sem autorização dos funcionários, o grupo forçou a abertura da “porta” ao lado da catraca no tubo do sentido Capão Raso-Santa Cândida. Alguns passageiros aproveitaram para entrar sem pagar a tarifa, mas outros se recusaram e passaram o cartão-transporte.

Uma cobradora que não quis se identificar afirmou concordar com a catraca livre. Para ela, é um absurdo o que as empresas de ônibus fazem com usuários e trabalhadores, referindo-se aos constantes atrasos no pagamento dos salários.

Após 10 minutos, o protesto seguiu para a estação Carlos Gomes, na praça de mesmo nome, onde param as linhas Boqueirão e Ligeirão Boqueirão. O acesso ao local também foi “liberado” pelos manifestantes, por volta das 19h30. A adesão dos usuários ao “fura catraca” foi grande. Para a depiladora Odete Moreira, o ato foi “corretíssimo”. A agente de suporte técnico Camila Barbosa também concordou com a ação, mas disse temer que os cobradores sofressem alguma represália por conta da liberação das catracas.

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A ação durou até as 19h50, quando o grupo foi para o tubo Praça Eufrásio Correia, na Avenida Sete de Setembro. O mesmo modus operandi foi adotado nos dois sentidos – Santa Cândida-Capão Raso e Capão Raso-Santa Cândida. Lá, permaneceram aproximadamente 30 minutos.

Com os manifestantes em menor número, o protesto terminou no Terminal Guadalupe, por volta das 20h40, onde foram distribuídos panfletos a quem passava pelo local e liberaram, por alguns instantes, a catraca da estação tubo Boqueirão/Centro Cívico.

Apesar da liberação da entrada sem o pagamento da tarifa não foram registradas cenas de violência ou vandalismo. Parte da manifestação foi acompanhada por três equipes da Guarda Municipal em suas motos.

Segundo Edson Teixeira, que integra a Frente de Luta pelo Transporte, os protestos não vão parar até que o prefeito Gustavo Fruet se mostre aberto ao diálogo. Para Teixeira, ações como a de hoje são importantes para mobilizar os cidadãos em relação às discussões sobre o transporte público. “A sociedade está revoltada, mas dispersa”, afirmou.

Manifestantes se reúnem no pátio da Reitoria da UFPR
Participantes do protesto tentam conversar com cobrador do tubo Marechal, sem sucesso
Manifestantes não conseguiram liberar a catraca da estação-tubo Marechal
Manifestantes não conseguiram liberar a catraca da estação-tubo Marechal
Catracas da estação Central ficaram liberadas por cerca de 10 minutos
Estações-tubo da Praça Eufrásio Correia foram a penúltima parada
Estações-tubo da Praça Eufrásio Correia foram a penúltima parada