Uma tentativa de invasão da Câmara Municipal de Curitiba por integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) terminou em confronto com agentes da Guarda Municipal no início da tarde desta quinta-feira (22). Segundo a Polícia Civil, o enfrentamento terminou com um guarda ferido e cinco pessoas detidas por agressão.
Dos cinco detidos, três são ligados ao MPL, sendo dois menores de idade. Outro menor de idade, que a princípio não teria ligação com o movimento, também foi detido. Todos foram levados inicialmente para o primeiro 1.º Distrito Policial. Os adolescentes foram encaminhados à Delegacia do Adolescente.
Segundo o Inspetor da Guarda Municipal, Vilson Stempinhak, cerca de 15 integrantes do Movimento Passe Livre chegaram em frente à Câmara por volta das 14 horas. Três deles teriam entrado no saguão com correntes e tentaram acorrentar uma das catracas que levam ao interior do prédio.
A Guarda Municipal foi acionada e expulsou as três pessoas. Quando saíram do prédio, segundo Stempinhak, os outros manifestantes partiram para cima dos guardas. Um dos guardas levou um soco na boca e vai fazer exame de corpo delito.
Por causa do confronto, os guardas chamaram reforço. Eram quatro, no início, e depois vieram outros 15 oficiais. O número de guardas ficou maior que o de manifestantes. Depois da briga, os integrantes do MPL que não foram presos foram embora do local.
O presidente da Casa, Paulo Salamuni (PV) comentou o episódio dizendo que a Câmara está aberta para qualquer pessoa, "desde que elas cumpram as regras".
Segundo integrantes do MPL, o objetivo da ação na Câmara era barrar as duas catracas que dão acesso ao prédio para tentar esvaziar a Assembleia que discute novas formas de financiamento do transporte coletivo. Segundo os manifestantes, quem iniciou a confusão foi a Guarda Municipal. "Nós protestamos porque a população nunca é chamada para tomar decisões dessa natureza", disse uma das manifestantes.
Segundo uma das integrantes do MPL, que participava do protesto, os demais manifestantes iriam seguir para a delegacia para tentar libertar os companheiros.
Manifestação começou na Boca Maldita
O protesto de integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) de Curitiba começou na Boca Maldita contra a proposta do prefeito Gustavo Fruet (PDT) que prevê novas formas de financiamento para o transporte público na capital.
A mobilização teve início ao meio-dia, na Boca Maldita, no Centro. No início da tarde o grupo seguiu para a Câmara Municipal.
De acordo com a organização do movimento, os protestos são contra o que eles chamam de "gratuísmo" no sistema de transporte de Curitiba, que seria a retirada de incentivo de áreas como saúde, educação e moradia para tornar o transporte na cidade gratuito.
O grupo defende a ideia de uma minirreforma tributária, na qual pagaria a tarifa somente os que realmente têm condições. Para por em prática tal reforma, no entanto, seria necessária uma discussão junto à população e à classe operária, e não encontros "em gabinetes", explica o MPL.
O projeto
Nesta sexta-feira (23) a Câmara Municipal de Curitiba promoveu o seminário "Projeto Curitiba: um novo financiamento para o transporte público". A proposta, encaminhada pela prefeitura ao Governo Federal no início de julho, foi apresentada por Fruet.
A ideia principal do projeto é a que os empresários e órgãos públicos repassem o valor correspondente ao vale-transporte diretamente ao sistema, sem impacto na folha de pagamento do funcionário e com a prerrogativa de abater o aumento de custo do Imposto de Renda.
A legislação atual, que autoriza o empregador a descontar até 6% do salário básico para bancar o vale-transporte, precisaria ser alterada pelo Congresso Nacional (Lei Federal 7.418/1985). Estudantes também teriam isenção, conforme a renda.
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