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Estratégia

Mantega é o novo ministro da Fazenda

São Paulo – Guido Mantega assumirá o lugar de Antônio Palocci no Ministério da Fazenda. Ex-ministro do Planejamento do governo Lula e até então presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), Guido disse ontem que não mudará a política econômica do governo.

A afirmação foi feita depois de participar de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, da Integração Nacional, Ciro Gomes, das Relações Institucionais, Jaques Wagner, e com o líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP).

O novo ministro da Fazenda Guido Mantega, afirmou que vai trabalhar pela "redução sistemática" da taxa básica de juros, sem no entanto mudar a política de superávit primário que, segundo ele, é "sagrado e rigoroso". "A minha orientação é que o Brasil já conseguiu controlar a inflação, o que nos permite uma redução sistemática da taxa de juros. Isso cabe ao Copom mas eu como membro do Conselho Monetário vou interagir nesse sentido", disse ele.

Segundo Mantega, o ano de 2006 será muito "proveitoso" e ele previu um crescimento de 4% a 4,5% do PIB. "Esse não será um crescimento ocasional. É o primeiro de uma série".

O novo ministro fez questão de reafirmar várias vezes que tudo continua igual. "A política econômica não mudará. Ela não é do ministro Palocci, da ministra Dilma (Roussef) ou qualquer outro ministro. É do presidente Lula. Ele é o fiador da mais bem sucedida política econômica dos últimos 15 ou 20 anos". "Eu não vou entrar no mérito de julgar as ações, as instâncias devidas vão abrir os inquéritos. Se houve quebra do direito, será apurado e punido", afirmou.

Mantega também rebateu a crítica de que o governo permitiu o desgaste de Palocci. "O governo não permitiu nada. Cada um é responsável por seus atos. Evidentemente, não deve ser agradável substituir o ministro da Fazenda, mas não discutimos questões emocionais nessa reunião".

Ele também negou que o presidente Lula esteja isolado após a saída de seu mais importante auxiliar. "O presidente está cercado de fiéis auxiliares, que o acompanham a muito tempo. Essa idéia de que o presidente está sozinho, isolado, é fantasia".

O porta-voz da Presidência da República, André Singer, afirmou que o nome do novo presidente da Caixa Econômica Federal pode ser anunciado ainda hoje. Ele também confirmou uma nova entrevista de Mantega para amanhã e indicou ser possível um pronunciamento de Palocci. "Eu entendo que certamente o ex-’ministro Palocci falará com a a imprensa amanhã", disse ele.

Passado

Mantega marcou sua atuação no governo, tanto como ministro do Planejamento quanto no Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), por divergências explícitas com a equipe econômica comandada por Palocci. Mantega sempre criticou o alto patamar fixado para TJLP (a taxa que referencia os empréstimos do BNDES) e expôs suas divergências quanto à condução das políticas monetária e fiscal. Em dezembro passado, Mantega criticou, em entrevista à Folha de S.Paulo, abertamente a atuação do Banco Central, responsável, segundo ele, pela retração de 1,2% do PIB no terceiro trimestre de 2005.

Em dezembro de 2005, Mantega teve uma grande vitória. Conseguiu que o Conselho Monetário Nacional baixasse a TJLP de 9,75% ao ano para 9%.

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