Continuará por tempo indeterminado a greve dos educadores de creches de Curitiba, os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs). A decisão foi tomada em assembleia pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), logo depois de reunião de ontem à tarde com representantes da prefeitura. Apesar de admitir alguns avanços na negociação, o sindicato diz que continua a paralisação até que haja acordo para todas as exigências da categoria.
O principal problema é a redução da carga horária. Os educadores pedem que a jornada de trabalho seja reduzida para 30 horas semanais, mas a prefeitura diz não ser possível. O argumento é de que a redução exigiria a contratação de 7 mil novos educadores, o que oneraria a folha de pagamento em cerca de R$ 21 milhões por mês. A prefeitura alega ainda impacto pedagógico negativo, já que algumas crianças poderiam ser atendidas por até três equipes diferentes.
Coordenadora geral do Sismuc, Ana Paula Cozzolino rebate as alegações da prefeitura e diz que a redução da carga horária é essencial para melhorar a qualidade do atendimento. "Hoje vivemos situação muito pior do que se a carga fosse reduzida. Alguns educadores atendem até duas turmas ao mesmo tempo, e isso compromete a qualidade. E não precisaria contratar mais 7 mil, o número seria menor", afirma.
A coordenadora admite que a reunião com a vice-prefeita, Mirian Gonçalves (PT), e a secretária municipal de Recursos Humanos, Meroujy Cavet, trouxe alguns avanços. Ela cita a aposentadoria especial depois de 25 anos de trabalho e alterações nas eleições para diretor de CMEIS (que estão sob análise), e a instituição da hora-permanência (período para programar aulas e atividades) de um terço da carga horária, que deve começar no início do ano letivo de 2014.
Uma nova reunião foi antecipada de quinta-feira para hoje à tarde. Em seguida, haverá nova assembleia do sindicato para decidir sobre a permanência da greve. "Não aceitamos pauta fatiada", pontua Ana Paula. Ela diz que os educadores continuarão a paralisação até que haja acordo sobre todos os pontos reivindicados. A prefeitura diz que o diálogo com a categoria continua aberto.