Hoje, nova reunião decidirá os rumos da manifestação| Foto: Marco André Lima/Gazeta do Povo

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Manifestação afeta o atendimento em 70% dos CMEIs da capital

Segundo a prefeitura, dos cinco mil educadores, 37% aderiram à paralisação nesta terça. Dos 197 CMEIs da rede, 12 suspenderam as atividades por falta de servidores. O sindicato, porém, estima que 70% das creches tiveram paralisação parcial das atividades, assim como 50% dos educadores.

Pela manhã, o sindicato confirmou que havia CMEIs fechadas nos bairros Santa Felicidade, Pinheirinho, Cajuru, Boqueirão, Bairro Novo e Centro. À tarde, a coordenadora do Sismuc, Ana Paula Cozzolino, diz que a intenção é que nenhuma creche feche na quarta-feira, apesar de funcionarem com atendimento reduzido. Ela ressalta, porém, que seria responsabilidade da prefeitura o manejo de educadores entre as creches para garantir o funcionamento de todas elas.

Um ato na Praça Santos Andrade abriu as atividades do movimento por volta das 8 horas de ontem. Os manifestantes saíram em caminhada por volta das 10 horas até a prefeitura, no Centro Cívico.

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Continuará por tempo indeterminado a greve dos educadores de creches de Curitiba, os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs). A decisão foi tomada em assembleia pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), logo depois de reunião de ontem à tarde com representantes da prefeitura. Apesar de admitir alguns avanços na negociação, o sindicato diz que continua a paralisação até que haja acordo para todas as exigências da categoria.

O principal problema é a redução da carga horária. Os educadores pedem que a jornada de trabalho seja reduzida para 30 horas semanais, mas a prefeitura diz não ser possível. O argumento é de que a redução exigiria a contratação de 7 mil novos educadores, o que oneraria a folha de pagamento em cerca de R$ 21 milhões por mês. A prefeitura alega ainda impacto pedagógico negativo, já que algumas crianças poderiam ser atendidas por até três equipes diferentes.

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Coordenadora geral do Sismuc, Ana Paula Cozzolino rebate as alegações da prefeitura e diz que a redução da carga horária é essencial para melhorar a qualidade do atendimento. "Hoje vivemos situação muito pior do que se a carga fosse reduzida. Alguns educadores atendem até duas turmas ao mesmo tempo, e isso compromete a qualidade. E não precisaria contratar mais 7 mil, o número seria menor", afirma.

A coordenadora admite que a reunião com a vice-prefeita, Mirian Gonçalves (PT), e a secretária municipal de Recursos Humanos, Meroujy Cavet, trouxe alguns avanços. Ela cita a aposentadoria especial depois de 25 anos de trabalho e alterações nas eleições para diretor de CMEIS (que estão sob análise), e a instituição da hora-permanência (período para programar aulas e atividades) de um terço da carga horária, que deve começar no início do ano letivo de 2014.

Uma nova reunião foi antecipada de quinta-feira para hoje à tarde. Em seguida, haverá nova assembleia do sindicato para decidir sobre a permanência da greve. "Não aceitamos pauta fatiada", pontua Ana Paula. Ela diz que os educadores continuarão a paralisação até que haja acordo sobre todos os pontos reivindicados. A prefeitura diz que o diálogo com a categoria continua aberto.