Brasília O Conselho de Ética da Câmara rejeitou ontem mais um pedido dos advogados de defesa do deputado José Janene (PP-PR) para suspender o processo em andamento no colegiado contra o deputado. Os advogados queriam que o processo ficasse suspenso até que Janene tivesse alta de sua licença médica.
Além de rejeitar por unanimidade o pedido de suspensão do processo, os integrantes do Conselho aprovaram ainda a prorrogação do prazo de tramitação do caso de Janene por mais 90 dias.
O deputado do Paraná é portador de uma doença grave do coração e está licenciado de seu mandato parlamentar desde setembro do ano passado. O deputado já pediu aposentadoria por invalidez.
O presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), lembrou que tanto a presidência da Câmara quanto o próprio Conselho perguntaram à Consultoria Jurídica da Casa sobre o andamento do processo, tendo em vista o pedido de aposentadoria de Janene. "Estamos aguardando o resultado da Consultoria. Não vamos suspender o processo até que haja uma decisão em definitivo sobre o assunto", afirmou Izar.
O presidente do Conselho disse que, devido às dificuldades criadas por Janene, foi necessário prorrogar o prazo para finalizar o processo. "Eu ainda espero poder terminar todas as oitivas no máximo em 20 dias", disse Izar.
Apesar da decisão do Conselho de manter o processo contra Janene, mais uma vez não foi possível ouvir ontem qualquer testemunha no caso contra o ex-líder do PP na Câmara.
A sessão do Conselho foi cancelada porque as duas testemunhas, arroladas pelo representado, se recusaram a depor.
O deputado José Linhares (PP-CE) chegou a comparecer na reunião do Conselho, mas pediu para não depor por não "se sentir em condições" de fazê-lo. "Não posso testemunhar. Tenho que conhecer primeiro o integral teor da defesa do deputado Janene", afirmou Linhares.
As outras duas testemunhas de defesa arroladas por Janene, o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o deputado Agnaldo Muniz (PP-RO) alegaram não poder comparecer.