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| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Medidas simples no trânsito podem levar a reduções significativas nos acidentes e mortes. Acender os faróis durante o dia, por exemplo, diminui os atropelamentos em 24%, as colisões laterais e frontais em 10% e as colisões traseiras em 14%. Já a utilização de limitador de velocidade faz o número de acidentes com mortes cair 38%, e a quantidade de acidentes sem óbito diminuir 23%. Essas são algumas das providências adotadas por empresas de transporte de cargas ou passageiros que são citadas no “Manual de Boas Práticas em Segurança Viária”, desenvolvido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV).

O manual lançado ontem contém casos de sucesso ocorridos em empresas estrangeiras e brasileiras. Ao compartilhar histórias, o objetivo do documento é permitir que outras empresas as copiem. A esperança é que, com isso, seja possível diminuir o número de acidentes de trânsito, além de aumentar a eficiência e reduzir os curtos das empresas de transporte. A estimativa dos responsáveis por desenvolver o manual é de que 10% das mortes no trânsito brasileiro estejam relacionadas a empresas de transporte.

Outras experiências que merecem destaque no manual são a testagem periódica dos motoristas para álcool e drogas, e a realização de cursos de direção defensiva. Segundo o manual, há uma redução de 33% nos acidentes quando os motoristas profissionais fazem curso de direção defensiva. Já a reciclagem de condutores profissionais faz o número de acidentes cair 20%. O manual também traz o que é chamado de “Ferramenta de Segurança Viária”. Trata-se de um formulário em que as empresas respondem e, partir disso, é feito um diagnóstico do que elas devem fazer para melhorar suas práticas e, assim, aumentar a segurança no trânsito.

Ainda segundo o manual, a adoção de um jornada de trabalho adequada para condutores profissionais reduz em 4% os acidentes com vítimas envolvendo veículos comerciais. Campanhas direcionadas a não dirigir após beber diminui em 14% os acidentes. Aumentar a profundidade do sulco dos pneus de menos de 2 mm para cerca de 2,5 mm reduz em 19% no acidentes em geral. Se elevado para 4 mm, diminui mais 9%. O levantamento também comprova a eficácia de algumas medidas já amplamente adotadas, como a utilização do cinto de segurança e de capacete.

Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em outubro deste ano, mostra que o Brasil, país com a quinta maior população do mundo, foi o terceiro com mais mortes no trânsito, atrás apenas de China e Índia. Foram 46.935 em 2013, ou 23,4 óbitos para cada 100 mil habitantes.

“O manual poderá ajudar empresas que não teriam formas de conduzir isso (medidas que reduzem acidentes e mortes no trânsito) por elas próprias”, afirmou Mônica Guerra, coordenadora da Câmara Temática de Mobilidade Sustentável do CEBDS.

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