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antepassado indígena

Máquina promete facilitar o cultivo de malva na região

O cultivo de malva está presente em pelo menos cinco comunidades, atendidas pelo Piatam, às margens do Rio Solimões – Bom Jesus, Santo Antônio, Nossa Senhora das Graças, Matrinxã e Nossa Senhora de Nazaré. Uma triste realidade já que o processo produtivo dessa fibra é, no mínimo, cansativo e perigoso.

A malva precisa ficar de molho de 6 a 15 dias (mais outros 2 dias secando) para amolecer e, em seguida, ser desfibrada manualmente.

Homens e mulheres passam horas dentro d’água à mercê de ataques de peixe elétrico, e até de jacarés, contaram alguns moradores. Os produtores, com freqüência, apresentam problemas de saúde – de gripe a problemas de pele.

Uma máquina para desfibrar malva parece ser a solução desse drama. A comunidade, em parceria com o projeto Piatam e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), está desenvolvendo um equipamento que vai simplificar todo esse processo.

Se a máquina for viabilizada para várias comunidades, os produtores poderão trabalhar em local seco e a fibra só irá para a água na hora de lavar. A fibra da malva, que é vendida entre R$1 e R$1,25 o quilo, é usada na fabricação de sacaria, onde são exportados produtos como café, etc.

A máquina custará R$1.500, em média, diz o engenheiro agrônomo da Ufam, Moisés Medeiros. "A Amazônia produz 8 mil toneladas de malva por ano, 60% da produção nacional. O Brasil importa ainda outras 11 mil toneladas da fibra de Bangladesh, que detém 52% da produção mundial."

Sebastião Mendonça, de 50 anos, morador da comunidade de Nossa Senhora das Graças, está esperançoso com a possibilidade de trabalhar só com a máquina. "O equipamento fará um trabalho que leva pelo menos 15 dias para ser feito manualmente. Com certeza, teremos fibra de melhor qualidade." Produzindo malva há 40 anos, Sebastião diz que por vários anos de sua vida trabalhou por pelo menos 12 horas por dia.

Raimundo Castro Silva, de 33 anos, morador da mesma comunidade, conta que já sofreu ataques de peixe elétrico e de jacaré enquanto recolhia a malva no rio. "É perigoso e não dá pra se defender. Espero que a máquina dê certo, nem imaginava que isso seria possível."

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