Fiscalização é realizada por agentes e 22 radares instalados em 12 dos 133 cruzamentos com semáforos da região| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Satisfeito com os resultados da Área Calma, o atual superintendente municipal de Trânsito de Curitiba, João Francisco dos Santos Neto, afirmou que a ideia inicial é manter e até ampliar o projeto que foi uma das bandeiras da gestão do ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT).

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A superintendência, que substitui a secretaria da área na gestão Rafael Greca (PMN), recebeu dados do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) que indicam redução de 33% no total de acidentes na comparação entre os 11 meses antes e após a padronização da velocidade da velocidade máxima permitida na região (novembro de 2015 e outubro de 2016).

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Apesar dos dados positivos de segurança viária, a região também foi responsável por impulsionar o volume de multas aplicadas na cidade. Levando em consideração apenas os 140 quarteirões acalmados, houve alta de 31% no total de infrações lavradas por agentes e radares de trânsito.

“Pegamos estudos dos técnicos da antiga gestão porque estamos trabalhando há apenas 15 dias, em um período ainda de férias escolares. Mas a princípio acredito que a Área Calma melhorou bastante no que é o seu objetivo, que é a diminuição dos acidentes. Por isso, ela deve continuar do jeito que está e talvez até ser melhorada e ampliada. Os pedestres e ciclistas, que são mais vulneráveis, têm que ter prioridade no trânsito”, defendeu o superintendente, que é coronel reformado.

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O projeto da Área Calma foi implantado na segunda quinzena de novembro de 2015. Durante a campanha eleitoral, Rafael Greca teceu elogios e críticas à ação. Ele chegou a cogitar, porém, rever os limites de velocidade para garantir a “livre circulação nas principais ruas e avenidas”.

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De acordo com os dados do BPTran repassados pela Superintendência à Gazeta do Povo, entre 15 de dezembro de 2014 e 15 novembro de 2015 foram registrados 295 acidentes no polígono que depois viria a ser acalmado. Nos 11 meses seguintes à padronização da velocidade, esse total caiu para 199. Também houve redução no total de atropelamentos, passando de 104 para 74.

A área técnica da superintendência de Trânsito ainda está levantando mais dados para embasar sua análise sobre o projeto. Uma das ponderações feitas pela atual administração é que os dados deixados pela antiga gestão são de períodos distintos. Isso ocorre porque as informações dos dois últimos meses mês de novembro de 2016 ainda não foram tabulados.

Multas

Apesar dos dados favoráveis, João Francisco ainda vê espaço para trabalhar em mais campanhas educativas nessa região.

Dados da prefeitura do mesmo período analisado para os acidentes indicam que as multas em geral dispararam na Área Calm a, passando de 347,4 mil para 455,2 mil. “Infelizmente o pessoal ainda não se conscientizou da melhora para o pedestre e para o ciclista nessa área”, ponderou.

As multas por transitar até 20% acima da velocidade máxima permitida têm peso significativo nesse aumento das infrações gerais. Entre janeiro e outubro de 2016, a média mensal de multas aplicadas por agentes municipais de trânsito e radares nessa região foi de 23.524 multas. No ano anterior, essa média havia sido de 20.709.

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Logo após ter a velocidade máxima padronizada em 40 Km/h, a Área Calma ganhou 16 novos radares que foram remanejados de outras vias da cidade. Eles se somaram aos outros seis que já estavam em operação no polígono. Juntos, esses equipamentos fiscalizam 12 dos 133 cruzamentos semaforizados da região.

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Os motoristas de Curitiba nunca foram tão multados como em 2016. De acordo com dados do Detran-PR, o aumento na cidade foi de 13% na comparação com ano anterior – passando de 1.033 milhão de multas para 1.166 milhão. Não houve variação significativa da frota de automóveis da cidade entre 2015 e 2016.

A infração campeã é transitar em até 20% acima da velocidade máxima permitida. Essa infração, sozinha, gerou 320.190 multas no ano passado – 28% acima do total gerado em 2015 (250.427).

A falta de identificação do condutor e o desrespeito às regras do estacionamento rotativo (EstaR) completam o pódium de infrações mais comuns na capital. Juntas, essas três infrações responderam por mais da metade do total de multas aplicadas em Curitiba em 2016.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]