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O coração batia devagar e o cansaço mal permitia que Molly, de 6 anos, levantasse. O diagnóstico, bloqueio atrioventricular total levava à indicação do implante de um marca-passo. Esse até seria um procedimento comum, se não se tratasse de um cão. Apesar de o implante de marca-passo em animais não ser novidade fora do País, ainda é um grande desafio por aqui.

O único hospital veterinário que fazia a colocação em cães era o da Universidade de São Paulo (USP), que há mais de um ano não realiza o procedimento porque o equipamento que ajuda a visualizar o eletrodo (o fluoroscópico) quebrou.

De 2007 até outubro do ano passado, foram feitos 23 implantes em cães (7 só no último ano), todos com sucesso. Mas o número de pacientes com indicação para o procedimento é bem superior a esse. Só na universidade, em média, aparece um caso por mês.

A cadela Molly estava na fila e sua dona, Solange Almeida Oliveira, de 47 anos, não sabia se conseguiria salvá-la. Clínicas particulares não ofereciam o implante por causa do alto custo do marca-passo - o valor da colocação e do aparelho poderia chegar a R$ 20 mil (na USP, o dono do animal pagava cerca de R$ 2,5 mil).

Mas a boa notícia é que hospitais veterinários particulares começaram a mostrar interesse em oferecer o implante. Foi graças à realização de uma cirurgia de treinamento no hospital veterinário particular Pet Care que a cadela da raça labrador Molly foi salva.

O hospital pretende oferecer o marca-passo para seus clientes a partir do segundo semestre de 2014. O Hospital Veterinário Santa Inês também fez estudos para colocar o serviço à disposição em 2014. "Pode até ser caro, mas, se você levar em conta que é uma vida, não tem preço. É o mesmo que cuidar de um filho", afirma Solange.

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