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Em março, uma manifestação contra a legalização, na Praça Santos Andrade, virou um debate sobre o tema | Walter Alves/Gazet ado Povo
Em março, uma manifestação contra a legalização, na Praça Santos Andrade, virou um debate sobre o tema| Foto: Walter Alves/Gazet ado Povo

Pelo terceiro ano consecutivo, a marcha da maconha em Curitiba – evento que defende o debate sobre a legalização da erva – foi proibida pela Justiça. O juiz Pedro Luís Sanson Corat, da Vara de Inquéritos Policiais de Curitiba, atendeu uma medida cautelar proposta por pelo menos dois deputados. A marcha estava programada para o próximo domingo, a partir das 15 horas, na Praça Santos Andrade.

De acordo com os autores da proposta, o deputado estadual Leonaldo Paranhos (PSC) e o deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR), a marcha faz apologia ao uso da maconha, droga cuja comercialização e utilização é proibida. Quem desobedecer a determinação poderá ser preso por "descumprir ordem judicial".

Francischini também protocolou, no Ministério Público Federal, uma representação para uma ação civil pública contra a Google Brasil por hospedar o site www.marchadamaconha.org e contra os responsáveis pela manutenção do endereço eletrônico. Para ele, o site incentiva a participação em uma passeata que defende o uso de drogas. "Não está certo um pequeno grupo influenciar, através de um site na internet, milhares de jovens de uma cidade, um país. E vender a questão da maconha como uma coisa bonita, romântica. É preciso lembrar que a maconha é um trampolim para o uso de outras drogas, mais pesadas", afirma.

Nos anos anteriores, a medida cautelar foi proposta Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná. Ontem, o deputado estadual Roberto Aciolli (PV) protocolou uma representação no Gaeco, solicitando o cancelamento do evento. "Daqui a pouco teremos a marcha da cocaína, do crack, da pedofília, do PCC. Como pai de família, não posso permitir uma passeata dessas. Não sou contra quem usa drogas, mas que faça longe."

Um dos organizadores da marcha em Curitiba, o publicitário e empresário Shardie Casa­grande, pretende acionar a Justiça para viabilizar a marcha. Caso isso não aconteça, os manifestantes deverão fazer uma passeata no domingo pela liberdade de expressão. "É uma hipocrisia. Queremos discutir um assunto importante. Os deputados usam argumentos absurdos para não debater", afirma. "Usuários sempre existiram e sempre vão existir. A maconha é a droga ilícita mais consumida do mundo e existem estudos que comprovam seus benefícios medicinais. Não queremos apenas a legalização, mas que ela seja regulamentada e controlada pelo governo."

Em março, uma manifestação contra a legalização da maconha acabou virando um grande debate sobre o tema, na escadaria do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná, na Praça Santos Andrade. Cerca de cem pessoas que integram a Comissão Contra a Legalização da Maconha se reuniram no local, mas um grupo composto por cerca de 20 pessoas, em sua maioria estudantes universitários favoráveis à legalização, compareceu ao ato e defendeu o seu posicionamento. Os dois grupos conversaram sobre suas opiniões e não houve tumultos.Além de Curitiba, o movimento marcha da maconha no Brasil está previsto para ocorrer em 20 cidades do Brasil durante o mês de maio. Neste domingo, além de Curitiba, a marcha está prevista para as cidades de Jundiaí (SP), Porto Alegre (RS) e Recife (PE). No sábado, a marcha acontece na maior capital do país, São Paulo.

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