"Respeito começa em casa", "seu machismo sustenta atos de estupro", "sou homem, mas também sou feminista". É com essas palavras de ordem escritas em cartazes, que cerca de 300 homens e mulheres se reúnem no Posto 4 da Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, para participar da Marcha das Vadias. Os manifestantes começaram a se concentrar às 13h, de onde seguiram rumo à 12ª DP, na Rua Hilário de Gouveia, no mesmo bairro.

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Com fantasias provocativas e intrigantes, as organizadoras da marcha pretendem aumentar a conscientização da sociedade em relação a casos de violência sexual contra a mulher. A organizadora Indianara Siqueira, vestida de freira, chama atenção para os casos em que a própria mulher violentada é vista como culpada por causa de suas roupas, ou profissão. A marcha também é a favor da legalização da profissão de prostituta e da descriminalização do aborto.

- Já denunciamos o triste índice de dez mulheres estupradas por dia no Rio de Janeiro. E isso são só as que dão queixa! Então, esta marcha é um basta contra qualquer tipo de violência às mulheres - esclarece Indiara, que justifica a fantasia afirmando que até as freiras sofrem com a violência contra as mulheres.

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As organizadores disponibilizaram um microfone aberto para que todos possam falar com o público, que já foi usado por homens e mulheres. Os discursos são tanto de conscientização como também contam histórias de episódios de violência contra as mulheres.

O protesto em frente a delegacia é uma forma de alertar para o fato de que poucos casos de violência contra a mulher são investigados pela polícia, ou mesmo denunciados. Depois do ato, o grupo se dirige à praça do Lido, onde haverá performances e outras atividades culturais.

Este ano a Marcha das Vadias acontece simultaneamente em mais de 20 cidades do Brasil e do mundo, como São Paulo, Salvador e Toronto. Foi na cidade canadense que ocorreu a primeira Marcha das Vadias, organizada em fevereiro de 2011 por estudantes de uma Universidade após um policial, em palestra sobre segurança no campus, ter sugerido que as estudantes do sexo feminino deveriam ser mais comportadas na maneira de vestir para não serem vítimas de estupro e assédio sexual.