Manifestação tomou as ruas da capital do país| Foto: Antonio Cruz/ABr

Marcha das Vadias leva centenas de mulheres e homens às ruas de Copacabana

Respeito começa em casa", "seu machismo sustenta atos de estupro", "sou homem, mas também sou feminista". É com essas palavras de ordem escritas em cartazes, que cerca de 300 homens e mulheres se reúnem no Posto 4 da Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, para participar da Marcha das Vadias. Os manifestantes começaram a se concentrar às 13h, de onde seguiram rumo à 12ª DP, na Rua Hilário de Gouveia, no mesmo bairro.

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500 pessoas na capital paulista

Em São Paulo, Os participantes pintaram o corpo, vestiram acessórios como meia arrastão e prepararam cartazes para participar da marcha. Nos dizeres frases em defesa das mulheres como "meu corpo minhas regras", ou ainda "meia arrastão não justifica estupro". Os homens também se engajam e um deles levava um cartaz escrito "mulher não se estupra, se conquista".

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Marcha das Vadias, em Brasília

Cerca de 3 mil pessoas compareceram à Marcha das Vadias neste sábado (26) em Brasília, segundo dados dos organizadores do protesto e da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). A quantidade de manifestantes foi aproximadamente cinco vezes maior do que a da marcha do ano passado. Munidos de buzinas, tambores, cornetas, cartazes e gritos de guerra, os manifestantes tiveram o objetivo de alertar a sociedade para a violência e o abuso sexual contra mulheres. Também houve protesto no Rio de Janeiro, São Paulo e outras capitais.

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Marcha em Brasília

Na página do protesto de Brasília no Facebook, principal meio pelo qual a Marcha das Vadias foi organizada, foram enfatizadas questões como a dignidade das mulheres, a divisão de tarefas domésticas, o direito à amamentação em público, a transexualidade e a homossexualidade feminina.

"Essa marcha luta pelo fim da violência física, sexual, psicológica e simbólica contra as mulheres", disse a antropóloga Júlia Zamboni, 29 anos, que participou da organização da marcha desde a primeira edição, no ano passado.

A vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Érika Kokay (PT-DF), esteve na manifestação e explicou que o principal efeito do protesto é dar visibilidade à questão, que deve ser discutida nas escolas para que não haja "revitimização" – processo em que as mulheres sofrem violência e ainda são culpabilizadas pelo abuso. "Queríamos e queremos direitos iguais. Se ser vadia é ser livre, então somos todas vadias", afirmou a deputada à Agência Brasil.

De acordo com o advogado João Ribeiro, 55 anos, que participou da marcha, o protesto foi uma forma legítima de combate ao machismo. Segundo ele, protestos como esse são expressões culturais contra valores que são distorcidos pela sociedade.

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O grupo iniciou a caminhada próximo à Rodoviária de Brasília, por volta das 14h30. Os participantes ocuparam as plataformas superior e inferior do terminal de ônibus da cidade, seguiram pelo Eixo Monumental até o acesso à W3 norte, uma das principais vias de acesso ao Plano Piloto, zona central de Brasília. O trânsito foi brevemente prejudicado pela ocupação das ruas ao longo do trajeto.

A Marcha das Vadias ganhou este ano caráter nacional e ocorreu simultaneamente em mais de 20 cidades do Brasil e do mundo, inclusive em Toronto, no Canadá – onde a Slut Walk (Marcha das Vadias, em inglês), teve origem, em protesto à declaração de um policial que afirmou que mulheres que não quisessem ser estupradas deveriam evitar vestir-se como vadias.

Entre as cidades brasileiras com a marcha programa estavam Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, São Carlos (SP) e Sorocaba (SP).