Rojão foi lançado contra policial

O comandante da unidade de Polícia Regional Metropolitana da PM-DF, coronel Cesar, disse que um grupo de pessoas começou a agredir os policiais, arrebentando uma grade que impedia o acesso à Praça dos Três Poderes. Diante da reação, ele ordenou que um grupo de choque resgatasse 15 policiais que estavam sendo agredidos. O coronel disse não ser possível afirmar que o grupo que começou a agressão era de infiltrados ou do próprio movimento e que em nenhum momento a polícia interferiu na logística e no trajeto desenhado pelo MST. Segundo ele, os policiais feridos tiveram cortes na boca, no nariz e na cabeça. Um dos policiais foi atingido por um rojão nas nádegas. Um militante foi detido.

Já João Paulo Rodrigues, da direção do MST, disse que o confronto ocorreu porque alguns militantes tentaram se dirigir a um ônibus para buscar as cruzes, que seriam utilizadas em um ato de protesto. Policiais teriam entrado no ônibus, tomado a chave do motorista e agredido os militantes. João Paulo disse que, apesar do incidente, a marcha foi tranquila.

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Uma marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ontem em Brasília acabou em pancadaria na Praça dos Três Poderes, interrompeu a sessão no Supremo Tribunal Federal (STF) e levou a presidente Dilma Roussseff a agendar um encontro com seus integrantes hoje no Palácio do Planalto. O saldo foi de 30 policiais e 2 sem-terra feridos, dos quais um foi detido.

Os manifestantes, que participam nesta semana do VI Congresso Nacional do MST, reclamavam da "estagnação" da reforma agrária no país e gritavam "Dilma cadê a reforma agrária?" e "Dilma ruralista". Também seguravam faixas com os dizeres "1.600 camponeses mortos", "Mensalão, julgamento de exceção", "STF, crime é condenar sem provas" e "Cadê o julgamento dos tucanos?". O objetivo da marcha era entregar ao secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, um documento com os compromissos feitos pelo governo para a reforma agrária e que, segundo eles, não foram cumpridos.

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Mas a entrega não foi tranquila. O tumulto começou quando um grupo de pessoas que estava na marcha e policiais trocaram empurrões. A polícia chegou a usar bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha no embate. Já os militantes jogaram cruzes de madeira e pedras. Em um segundo momento de tensão, um grupo de manifestantes derrubou grades em frente do Planalto e arremessou parte das grades e tonéis de plástico nos policiais, que conseguiram fazer o grupo recuar.

A confusão levou o vice-presidente do STF, Ricardo Lewandowski, a suspender a sessão plenária de julgamentos. Ele anunciou que a segurança da corte havia alertado que havia risco de invasão ao prédio. Do lado de fora do Supremo, manifestantes derrubaram grades que isolavam o edifício. Seguranças e policiais, então, fizeram um cordão de isolamento para tentar impedir a invasão do tribunal.

Gilberto Carvalho acabou tendo de receber o documento em uma das vias de acesso ao Palácio do Planalto. Ele disse, após o tumulto, que a presidente Dilma deve ter um encontro com líderes do MST hoje às 9 h. No momento das manifestações, ela não estava no Palácio do Planalto, mas no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente.