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Duas manifestações antagônicas ocorreram neste sábado (18) em Curitiba. A Igreja Batista do Bacacheri promoveu uma marcha contra as drogas. Já outro grupo, que conta com a adesão de 45 entidades, promoveu a Marcha da Liberdade, manifestação inspirada no ato que ocorreu em São Paulo no último dia 28, após a proibição da Marcha da Maconha e que acontece em mais 41 cidades de 24 estados.
Em Curitiba, cerca de 50 pessoas se reuniram, por volta das 11h, em frente ao Bondinho da Rua XV de Novembro para a marcha contra as drogas. Por volta das 12h, eles saíram em passeata rumo para a Praça Santos Andrade. Os manifestantes, entre os quais estavam muitos adolescentes, usavam camisetas roxas e faixas com mensagem antidrogas. "As drogas paralisam sua vida", dizia uma das faixas. A organização estimava a participação de 700 pessoas até o fim do ato.
Na Praça Rui Barbosa, no Centro da capital paranaense, ocorria a concentração da Marcha da Liberdade, que seguiu até o Centro Cívico. No local, alguns participantes faziam as faixas que foram usadas na passeata. Cerca de 1,8 mil pessoas confirmaram presença no ato pela rede social Facebook e a comissão organizadora esperava a participação de 2,5 mil pessoas. Cerca de 250 pessoas participaram do ato.
Por volta das 13h25, os manifestantes saíram caminhando pela Avenida Marechal Floriano Peixoto. A passeata seguiu devagar até o Centro Cívico. Viaturas da PM e Guarda Municipal fizeram a escolta da passeata.
O psicólogo César Fernandes, um dos organizadores da Marcha da Liberdade, contou que a marcha foi realmente organizada pela internet, principalmente pelo Twitter e Facebook. Ele comentou que é importante que as pessoas se mobilizem e venham para a rua e manifestar suas opiniões, porque essa pressão tem surtido efeitos práticos, como a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em favor da constitucionalidade da Marcha da Maconha. "A intenção é pedir democracia na hora de levantarmos nossas bandeiras e expressarmos nossas opiniões", disse.
A marcha teve presença de vários grupos, com destaque para os feministas e de maracatu. A maioria dos participantes teve o foco da liberdade de expressão e combate a criminalização dos movimentos sociais.
A Polícia Militar (PM) chegou à praça por volta das 11h50 para conversar com os organizadores e combinar como seria o deslocamento do grupo até o Centro Cívico. Segundo o Capitão Luiz Fernando, não há intenção de coibir nenhuma manifestação, mas a polícia ficou atenta para o caso de consumo de drogas durante a marcha.
Diferenças
Apesar de defenderem causas diferentes, a expectativa dos organizadores das marchas é de que não haja embate entre os manifestantes. "As bandeiras são diversas e é saudável que essas posições sejam trazidas a público de forma pacífica, com diálogos", afirmou Fernandes. Os participantes da outra manifestação concordam. "Faz parte da sociedade democrática. Isso é excelente, desde que haja respeito", disse o pastor Luiz Roberto Sivaldo, da Igreja Batista do Bacacheri.
A Marcha da Liberdade é um movimento apartidário, que defende princípios constitucionais de liberdade de expressão e direito à livre manifestação. Protestos contra o uso indiscriminado de armas não letais, pela liberdade de expressão, pelos direitos de gays, lésbicas e simpatizantes, entre outras causas, fizeram parte do ato. A manifestação ocorre depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir por unanimidade, na quarta-feira, pela constitucionalidade da Marcha da Maconha e de outras manifestações populares, desde que pacíficas.
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