Vítimas
Paraná registra quinta morte
Amanda de Santa, do Jornal de Londrina
A Secretaria Municipal de Saúde de Londrina confirmou ontem a segunda morte por dengue na cidade. A vítima foi uma mulher de 42 anos, moradora da região central, que morreu em 18 de fevereiro logo após chegar à Unidade Básica de Saúde (UBS) Clair Pavan, na Rua São Paulo, região central, à procura de atendimento. A constatação da morte foi de dengue com complicação (DCC).
Até agora, o estado já confirmou cinco mortes por dengue. Foram duas em Londrina, uma por febre hemorrágica e outra por dengue com complicação, e três em Jacarezinho, sendo duas por FHD e um por DCC. Os dois municípios concentram 68% dos casos de dengue no Paraná.
Londrina registrou um aumento de 42% no número de confirmações de dengue em relação à semana passada, quando a cidade havia confirmado 1.089 casos da doença. Das 6.563 notificações, 1.552 são casos confirmados. Do total de confirmações, apenas cinco casos foram importados de outros municípios.
Mais de 500 casos por dia. Esse é o número de notificações de dengue registrado neste mês no estado, de acordo com o último boletim sobre a doença divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Em 9 dias, o número de casos suspeitos em todo o Paraná saltou de 12.703 para 17.607, um aumento, em números absolutos, de 4.904 casos. Por dia, são 544 notificações em média. Em relação a janeiro e fevereiro deste ano, o mês de março dispara no número de notificações diárias. De acordo com boletim divulgado pela Sesa em 28 de janeiro, naquele mês as notificações chegavam a 3.484, ou 112 casos a cada dia. Em fevereiro, um boletim divulgado no dia 25 contabilizava, subtraídos os casos do mês anterior, 9.219 casos, ou 329 diários. Em relação ao ano de 2011, as notificações registradas nos 9 primeiros dias deste mês já respondem por 27% das notificações de todo o período.O número de confirmações também aumentou. Neste mês, em pouco mais de uma semana, foram confirmados 801 suspeitas, ou 26% dos 2.994 confirmados em 2011. Por dia, março contabiliza 89 confirmações, contra 64 em fevereiro e 12 em janeiro. Em relação ao último boletim, do dia 28 de fevereiro, foram registradas mais duas mortes, todas por complicações decorrentes da doença, ou Dengue Com Complicação (DCC). As mortes foram registradas em Jacarezinho e Londrina.
Explicação
De acordo com o superintendente em Vigilância em Saúde da Sesa, Sezifredo Paz, os números de março foram influenciados pelos casos das regionais de saúde de Jacarezinho e Londrina, que apresentam o maior número de notificações 1,8 mil e 5,6 mil casos, respectivamente. "Essas duas cidades, que estão em estado mais crítico, puxaram os números para cima", analisa.
De acordo com o superintendente, a avaliação da Sesa é de que a curva de ascensão dos casos, puxada pelas duas cidades, tende a um decréscimo ao longo de março, estabilizando-se em abril, devido a uma série de ações de prevenção e enfrentamento adotadas pela secretaria. "Já realizamos 8 grandes treinamentos que capacitaram cerca de 2 mil médicos, enfermeiros e bioquímicos, e repassamos aos municípios cerca de R$ 1,7 milhão de R$ 2 milhões, que serão investidos em ações emergenciais."
Após o plano emergencial, a Sesa promete elaborar um plano de contingência que deverá ser entregue até o final de maio contendo medidas de prevenção a serem adotadas pelo município ao longo do ano. "Agora, estamos sofrendo os efeitos do que não foi feito o ano passado e o foco é no enfrentamento da doença. Posteriormente, vamos nos focar no plano de contingência, que trabalhará com a prevenção."
Surto em seis cidades
Atualmente, seis cidades do estado apresentam surto da doença. A Sesa considera como em surto o município onde a incidência de casos na população está acima de 100, em um universo de 100 mil habitantes. Os municípios são Capitão Leônidas Marques, Porecatu, Londrina, Jacarezinho, Jataizinho e Cornélio Procópio. De acordo com o superintendente, tais cidades estão na lista de municípios prioritários que devem receber recursos do governo para a capacitação de agentes de saúde e profissionais da área médica, além de equipamentos e materiais educativos.
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