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Maria Fumaça está sendo depredada e aguarda projeto de preservação | Josué Teixeira/ Gazeta do Povo
Maria Fumaça está sendo depredada e aguarda projeto de preservação| Foto: Josué Teixeira/ Gazeta do Povo

Construída há 70 anos e abandonada há mais de dez. Essa é a situação da Maria-Fumaça "250" que fica em exposição permanente no Parque Ambiental Manoel Ribas, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Diversas peças foram arrancadas por vândalos ou roubadas. A locomotiva a vapor é propriedade federal, mas foi concedida ao município, que a restaurou em 1997. Desde então, ela está aberta à visitação nos fundos da Casa da Memória Paraná, que funciona no prédio de uma antiga estação de passageiros. O problema é que não há proteção e sequer uma cobertura para a locomotiva. Em 2001, foi construída uma grade em volta, mas a ação dos vândalos continuou.Uma das poucas peças recuperadas foi a placa com o número "250". Ela chegou a ser arrancada, mas foi deixada ao lado da Maria-Fumaça. Enquanto não for feita uma nova restauração, o historiador Alan Fernando de Almeida, coordenador da Casa da Memória, nem pensa em recolocar a peça. Enquanto isso, ela fica guardada em uma sala da antiga estação.

Levantamento

Alan está levantando cada roubo ou depredação que consegue identificar. Ele e outros profissionais da Secretaria Municipal de Cultura estão catalogando as peças arrancadas ou roubadas. É com base nesse material que poderá ser feita a restauração. A diretora do Departamento do Patri­­mônio Cultural da Prefeitura de Ponta Grossa, Vanessa Vergani, afirma que um especialista está analisando o material e ajudando na elaboração de um orçamento para a restauração da "250". Segundo ela, o projeto também prevê a construção de uma cobertura e outra proteção. O processo depende, ainda, da escolha da empresa que fará a restauração.

Em 2005, a "250" foi incluída no catálogo "Memórias Ferro­­viárias", um inventário que reuniu os dados de 419 locomotivas a vapor distribuídas por 20 estados brasileiros e no Distrito Federal. No Paraná, além de Pon­­ta Grossa, os pesquisadores visitaram Curitiba, Paranaguá e União da Vitória. Segundo a jornalista Regina Perez, coordenadora da pesquisa, a situação de Ponta Grossa não é uma exceção. Ela afirma que, de todas as locomotivas catalogadas, mais da metade se encontrava em péssimo estado de conservação e apenas 72 estavam em condições de operação.

História

Com exceção da caldeira, a Maria-Fumaça "250" foi toda construída em Ponta Grossa, nas oficinas da Rede Ferroviária Federal na cidade. O projeto foi criado pelo engenheiro ferroviário Ewaldo Krüger, que faleceu antes de vê-la concluída. Seu filho, Germano Krüger, foi o responsável pela conclusão da locomotiva em 1940, quatro anos depois da morte do pai. Segundo Alan, não há registros de que outra Maria ­-Fumaça tenha sido construída na cidade. Em 1942, ela já estava nos trilhos, puxando entre seis e oito vagões de mercadorias. A "250" também foi utilizada, para o transporte de materiais, na construção da Estrada de Ferro Central do Paraná, que liga Ponta Grossa a Apucarana. Ela foi usada por exatos 30 anos e, até a primeira restauração, ficou estacionada num pátio da Rede no bairro Oficinas (região sul da cidade).

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