Um homem foi preso em Marília (435 km de São Paulo), nesta sexta-feira (11), acusado de manter a mulher presa dentro de casa durante três anos, período em que ela teria sido constantemente agredida.
Segundo a Polícia Civil, a vítima não podia sair da residência, na zona rural da cidade, nem para ver a família. Como os contatos eram feitos somente por telefone, os parentes resolveram visitar o casal na sexta-feira. Lá, encontraram a mulher com sinais de subnutrição, pesando apenas 39 kg, e com marcas de agressão. Eles a resgataram da casa e acionaram a polícia.
José Rodrigues Santa Rosa, 31, teve sua prisão preventiva decretada, suspeito de cárcere privado, tortura e violência doméstica. Ele ficará preso até o julgamento, que ainda não tem data para ocorrer.
Em depoimento, a mulher contou que o marido trancava as portas da casa com correntes e cadeados sempre que saía, seja para trabalhar ou para comprar algo na cidade. Ela ainda teria engravidado duas vezes nesse período, mas sofreu dois abortos por não ter ido ao hospital para fazer o acompanhamento da gravidez e o exame pré-natal.
“Nas duas vezes, ele só a deixou ir ao médico depois de ter abortado, para fazer a curetagem. Mesmo assim, não saiu do lado dela para que não fosse denunciado. Como não temos provas de que ele é o responsável pela perda dos bebês, estamos buscando os prontuários médicos para iniciar a investigação”, diz Viviane Sponchiado, delegada titular da Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher de Marília.
A mulher foi encaminhada para exames de corpo de delito, que constatou cicatrizes, um braço torto, provavelmente por causa de uma fratura, e o maxilar solto. Exames de raio-X tentarão identificar se houve fraturas. Ela foi encaminhada para acompanhamento psicológico.
O marido, em depoimento à polícia, negou que trancasse a mulher em casa e que a agredisse. Segundo ele, as lesões encontradas pela perícia aconteceram após ela ter caído de um pé de jaca.
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