Ministra do Meio Ambiente defende que governo apoie decisões das mulheres dentro do que diz a legislação, mas que precisa ser aperfeiçoada.| Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
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A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, defendeu que seja feito um plebiscito no Brasil para a população decidir sobre a criminalização ou não do aborto, e afirmou que a atual legislação não resolve este problema. A crítica ocorre dias depois do chamado PL Antiaborto ter tido a discussão colocada em compasso de espera após a Câmara dos Deputados aprovar um regime de urgência na tramitação.

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No entanto, após a aprovação, o Legislativo brasileiro entrou na mira de críticos da proposta por tipificar o aborto após a 22ª semana de gestação como um crime de homicídio, em que o presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), acabou sendo colocado como responsável pela discussão.

Marina afirma que o debate sobre essa prática precisa ser mais aprodundado, e diz que é preciso desvincular este tipo de discussão da religião.

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“Existem aspectos de consciência que não precisam ser necessariamente em função da religião. São por razões filosóficas, morais, éticas, culturais. Sempre defendi, e nas campanhas fui incompreendida, que o aborto deveria ser debatido num plebiscito. Somos um estado laico”, disse em entrevista ao jornal O Globo publicada neste final de semana.

Marina se diz favorável ao suporte do governo à mãe que decide realizar o procedimento quando se trata de estupro, de risco a ela e de crianças sem cérebro. Mas, que é preciso que asmulheres “possam ter condições de fazer suas escolhas”.

“Não acho que o problema está resolvido com a legislação que temos. Não está. E não demonizar o debate, nem de quem é a favor nem de quem é contra”, pontuou ressaltando o sofrimento que mulheres passam por uma gravidez indesejada.

Por conta da repercussão da discussão, Lira decidiu criar uma comissão para debater o PL Antiaborto com representantes de todos os partidos após o recesso parlamentar, que começa nesta quinta (18).

Lira disse que as decisões da Câmara não são tomadas de forma monocrática, mas por um colegiado. E pontuou que “nada nesse projeto retroagirá nos direitos já garantidos, e nada irá avançar para trazer qualquer dano às mulheres”.

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O autor do projeto, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), rebateu críticas ao projeto e disse que o que está em discussão é a proteção de um bebê de 22 semanas. Ele defendeu o “amadurecimento” da proposta e concordou com o adiamento sugerido por Lira e outros líderes.

“O projeto pode ser amadurecido, contribuições e ajustes no texto. Nós estamos dispostos a colocar mais pena para o estuprador e vamos ainda aprimorar, mas não abriremos mão do cerne do projeto que é defender a vida do pequeno bebê”, disse.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]