A senadora Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, disse nesta sexta-feira (08) que "algumas questões" relacionadas ao licenciamento ambiental da usina nuclear Angra 3 "não deveriam estar como condicionantes, deveriam ter sido resolvidas antes" da concessão da licença prévia pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ela não citou especificamente nenhuma das condicionantes. "Estou falando em termos genéricos, estou dizendo que é um temor que eu tenho", declarou.
Uma das 60 contrapartidas exigidas pelo Ibama foi a construção de um depósito definitivo de rejeitos radioativos. O texto determina a apresentação de proposta pela Eletronuclear e o início da execução do projeto para disposição final dos resíduos, mas não fixa prazo.
Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a nova usina só poderá operar - a previsão é que isso ocorra em 2012 - quando o depósito final estiver pronto. Quando Marina deixou o governo, em maio, a licença não estava pronta. "Os técnicos do Ibama colocaram as condicionantes, e isso é importante. Só que, no meu entendimento, algumas não deveriam entrar como condicionantes. O meu temor é que algumas questões deveriam ter sido resolvidas antes de dar a licença, mas é apenas um temor por enquanto, estou avaliando."
Ela citou como exemplo a concessão de licença para hidrelétricas no Rio Madeira, durante a sua gestão. Disse que a questão dos sedimentos do rio - que serão alterados com a eventual construção - poderia ter sido colocada como uma condicionante a ser resolvida depois. "Mas nós colocamos que tinha que resolver antes."
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