O prefeito de Maringá, Sílvio Barros, sabe quais iniciativas da cidade podem ser consideradas modelo para outros municípios do Paraná. O Conselho de Desenvolvimento de Maringá (Codem), por exemplo, reúne lideranças do município para discutir, junto com a prefeitura, o planejamento da cidade. Sabe, também, em que áreas Maringá terá de se espelhar no trabalho de outros para poder avançar. Na área da saúde, por exemplo. "Temos muita coisa boa que podemos apresentar, mas também queremos buscar boas idéias que possamos usar", diz Barros. É com essa forma de pensar que o prefeito vai receber os representantes de outros 68 municípios do Noroeste e Norte do estado que se reúnem hoje no Centro de Convenções Araucária, em Maringá, para a terceira etapa do Fórum Futuro 10 Paraná. Iniciativa da Rede Paranaense de Comunicação/Gazeta do Povo, o fórum tem como objetivo preparar um plano de desenvolvimento para o estado.
Não é só na saúde que Maringá busca boas idéias. Para o professor de Economia Antônio Carlos Lugnani, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), a cidade precisa recuperar o crescimento industrial, que parou no início dos anos 90. Em 1990, a participação da região Noroeste no PIB industrial do Paraná era de 5%. Hoje está em torno de 3%. "Essa nova geração industrial deve vir de um novo tipo de empresa, mais ligada à tecnologia", diz Lugnani. Para isso, conta com a mão-obra-qualificada disponível no município. Só a UEM e o Cesumar, as duas maiores instituições de ensino superior da região, têm cerca de 24 mil alunos. "Formam uma excelente base para o desenvolvimento", diz ele.
A abertura de novas empresas, que demandem mão-de-obra, é essencial para dar emprego a uma população que cresce acima da média do estado. Esse crescimento é ainda maior nas cidades-satélite de Maringá e também mais pobres , como Sarandi. Este município, que tinha 48 mil habitantes em 1992, chegou a 84 mil no ano passado. Trinta por cento deles vão buscar trabalho ou estudo em Maringá. "Não podemos mais pensar nas individualidades municipais", afirma a professora Ana Lúcia Rodrigues, do Departamento de Ciências Sociais da UEM. Criada em 1998, junto com a de Londrina, a Região Metropolitana de Maringá, que reúne 13 municípios, tem dificuldades para ser implantada na prática. "Para além dos interesses políticos, precisamos de integração, de união e trabalhos técnicos que reduzam as diferenças entre os municípios", diz Ana Lúcia.
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