Estudos e experiências sobre gestão de políticas para metrópoles brasileiras estão sendo discutidos no 3.º Seminário Nacional do Observatório das Metrópoles, realizado entre esta quarta (26) e sexta (28), em Maringá, Noroeste do Paraná. A cidade sede é a única metrópole representante que não é uma capital de estado. As outras onze regiões metropolitanas presentes no evento são Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Natal, Recife, Fortaleza, Goiânia e Belém.

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Segundo Ana Lúcia Rodrigues, coordenadora do Observatório das Metrópoles em Maringá, as cidades são representadas no seminário por suas instituições de ensino superior que desenvolveram estudos sobre o tema. "Todos os trabalhos são feitos com a mesma metodologia, o que permite comparações", disse Ana Lúcia.

Em relação a metrópoles de maior porte, Maringá apresenta algumas semelhanças e diferenças. Em comum está a concentração de renda e de qualidade de vida na cidade pólo e os problemas acabam ficando nas cidades do entorno. Já entre as singularidades está o fato de Maringá ser uma cidade planejada, o que permitiu um controle maior dos problemas. "O que foi planejado foi implantado e isso dirigiu o crescimento urbano", afirmou Ana Lúcia. De acordo com ela, um dos desafios agora é tornar horizontal a gestão das áreas metropolitanas, ou seja, permitir que as cidades satélites também participem das decisões. "Hoje o que se vê é o pólo simplesmente definindo tudo", disse.

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Eduardo Pereira Nunes, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que está na cidade para palestra de abertura nesta quarta-feira, destacou que a experiência de metrópoles regionais pode ajudar na elaboração de políticas públicas para outros centros. "Embora tenhamos as megametrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro, existem áreas que têm influência regional, como Maringá", disse Nunes. Em sua palestra ele irá explicar como o projeto do Censo 2010 servirá para organizar os planos de ação das grandes cidades. "Esse é o momento em que o IBGE percorre todo o território nacional para verificar as condições de vida da população. Essas são informações vitais para as metrópoles basearem suas políticas", afirmou ele.

Nunes destacou ainda o fenômeno do deslocamento das populações para as áreas urbanas no Brasil, assunto que também será debatido no congresso. "As áreas urbanas têm facilidades (para a população) que a zona rural não tem", disse.