Licitação
O secretário municipal de Planejamento de Maringá, Laércio Barbão, explica que o município deve entregar o projeto completo à Caixa Econômica Federal ainda neste mês, para, em seguida, realizar o processo de licitação para a contratação da empresa que fará os serviços. Ele reforça que a ideia é de que até dezembro deste ano essa fase já esteja concluída. Na tela do computador, porém, segundo ele, o terminal já ganhou forma. "Já conseguimos visualizá-lo em terceira dimensão e ter a real ideia do projeto arquitetônico."
Maringá, no Norte do Paraná, deverá contar com um terminal intermodal nos próximos anos. Pelo projeto, serão 22 mil metros quadrados de construção para atender todas as linhas urbanas e metropolitanas. Além disso, parte dos passageiros deverá ser transportada pela área ferroviária que terá dois pares de trilhos. A prefeitura espera lançar o edital de licitação até dezembro.
A obra, estimada em R$ 69 milhões, teve o financiamento recém aprovado pela Caixa Econômica Federal (CEF) e faz parte do Programa Pró-Transporte, do Ministério das Cidades. Segundo o secretário municipal de Planejamento, Laércio Barbão, R$ 63 milhões serão investidos no terminal, outros R$ 6 milhões destinados para duas obras viárias de ligação entre bairros da zona Sul e zona Norte.
Pelo projeto, a estrutura do intermodal ficará ao lado do atual terminal de transporte urbano, no centro da cidade. A ideia é unir terminal urbano, o metropolitano e uma estação de passageiros, com corredores de ônibus. Isso ocupa o quadrilátero das principais avenidas centrais: Duque de Caxias, Herval, Horácio Raccanello Filho e Tamandaré.
"Esse projeto foi pensado desde os primeiros rabiscos para receber modais de transporte, ainda mais agora com o projeto do Trem-Pé-Vermelho", observa o secretário, referindo-se à autorização do Ministério das Cidades na semana passada para a elaboração do projeto executivo que prevê a ligação entre cidades das regiões Norte e Noroeste do estado, incluindo Maringá, por meio dos trilhos.
Para a doutora em Arquitetura e Urbanismo e coordenadora do curso na Universidade Estadual de Maringá (UEM), Fabíola Cordovil, o projeto é uma ação de mudança, mas não deve ser encarado como solução única para resolver os gargalos do trânsito na cidade. Segundo ela, é preciso que haja mudanças principalmente na qualidade do transporte coletivo.
"Não adianta construir algo grandioso sem que se exija da empresa de transporte coletivo melhorias nos serviços. Do contrário, o cidadão não vai achar vantajoso pegar um ônibus lotado, pagando caro, porque existe um terminal que o leve de um ponto ao outro da cidade."
Em visita recente à cidade, o médico patologista e professor da Universidade de São Paulo (USP) Paulo Saldiva, pesquisador nas áreas de doenças respiratórias e saúde ambiental e ecologia aplicada, ministrou uma palestra sobre as doenças causadas pela poluição ambiental, e na ocasião, também apontou a integração do transporte público como a solução mais viável para desafogar o trânsito e estimular o não uso do carro particular.
Durante a palestra, a discussão do terminal intermodal foi levantada e apontada pelo professor como um passo importante. "Não estudei a cidade para ir além, mas posso afirmar que em cidades inglesas, por exemplo, houve priorização total do transporte público e temos a prova que deu certo. Se isso está sendo levado em conta em Maringá, já é um grande avanço."
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