Muitos maringaenses deixaram de comparecer nas seções eleitorais no segundo turno. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 50.311 pessoas não votaram, o equivalente a 19,5% do eleitorado maringaense. Foi o maior índice de abstenções no Paraná, superando Londrina (18,7%), Cascavel (18,2%), Ponta Grossa (16,8%) e Curitiba (10%).
As ausências em Maringá aumentaram na comparação com o primeiro turno, quando 46.200 abstenções foram registradas, um crescimento de 8,8%. Para o professor de ciências políticas do Centro Universitário de Maringá (Cesumar), Alisson Bertão Machado , o não comparecimento de quase 20% do eleitorado revela a falta de consciência política de boa parte da população.
"Essa situação se deve a forma como o próprio cidadão se vê na política. Muitos partem do pressuposto de que seu voto não vai mudar a realidade", explica Machado. O professor não acredita na justificativa da falta de opção alegada por alguns eleitores. Para Machado, o cidadão consciente poder até não gostar dos candidatos, mas não deixa de participar da eleição. "O que temos é um descontentamento mascarando a falta de consciência".
Para mudar esse quadro, o professor acredita que é preciso fazer um trabalho de educação para a política. "É necessário um trabalho mais efetivo nas instituições de ensino, na mídia e em outros segmentos da sociedade", comentou.
Índice de votos em branco e nulos foi menor
Apesar do alto índice de abstenções, o número de votos válidos (excluindo brancos e nulos) também cresceu em Maringá, passando de 195.933 no primeiro turno para 197.128 eleitores, o que corresponde a 95,3% dos votos.
Já o número de brancos caiu de 9.523 para 4.066 (1,97% do eleitorado) e o de nulos passou de 9.523 para 5.465 votos (2,64%). No entanto, vale ressaltar, que 1.435 votos colocados como nulos no primeiro turno pertencem ao candidato Alberto Abraão (PV), que teve sua candidatura indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Presidente do TSE lamenta abstenções
Em entrevista coletiva concedida na noite de domingo (28), a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha,lamentou o índice de 19% de abstenção no país, índice quase 3% superior ao verificado no primeiro turno. Ela considerou a elevação da abstenção uma questão preocupante que precisa ser analisada pela Justiça Eleitoral e pelos cientistas políticos.
"Devemos nos debruçar sobre esses dados para que tenhamos uma verificação adequada de suas causas e consequências, e quais as medidas que podem ser tomadas para convidar com mais eficácia todos esses eleitores que se abstiveram de votar nas eleições de 2012", declarou.