Entre os 71 municípios paranaenses que podem perder ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 26 estão na região Noroeste. As ambulâncias, viabilizadas há cerca de dois anos, não foram utilizadas corretamente e, por isso, poderão ser remanejadas para outros municípios, segundo o governo federal. As informações são do Ministério da Saúde.
Os municípios que poderão perder os veículos na região Noroeste são: Altônia, Astorga, Barbosa Ferraz, Cafezal do Sul, Campo Mourão, Cianorte, Colorado, Cruzeiro do Oeste, Cruzeiro do Sul, Gioioerê, Icaraíma, Iretama, Ivaiporã, Jesuítas, Loanda, Mandaguari, Manoel Ribas, Loanda, Nova Esperança, Nova Londrina, Paiçandu, Paranavaí, Terra Boa, Terra Rica, Ubiratã e Umuarama.
De acordo com o Ministério da Saúde, no último semestre ofícios sobre a regulamentação das ambulâncias que não estavam em pleno funcionamento até o fim de 2012 foram enviados aos gestores estaduais e municipais. "Caso não houvesse adequação, as viaturas deveriam ser devolvidas ao ministério para o aproveitamento em outras localidades", explicou a pasta em nota.
O Ministério providenciou também a abertura de processos jurídicos para a tomada das providências cabíveis, que visam ao funcionamento pleno das ambulâncias. Com isso, os processos jurídicos são, agora, atribuições da Consultoria Jurídica (Conjur), órgão setorial da Advocacia Geral da União, junto ao Ministério da Saúde. Se as prefeituras não se adequarem rapidamente, poderão ser penalizadas.
Faltam profissionais, segundo prefeituras
Em Ivaiporã, a cerca de 155 quilômetros de Maringá, duas ambulâncias eram utilizadas de forma irregular. Uma delas nunca saiu do pátio da prefeitura, segundo o atual secretário de Saúde, Luiz Carlos Favarim. A outra, que deveria ser usada como Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel, substituía o ônibus da pasta no transporte de pacientes para outras cidades. "Isso é ilegal, mas só tomamos ciência da situação agora. Vamos tentar reverter essa situação", afirmou o secretário em entrevista por telefone à Gazeta Maringá.
Favarim explicou que as duas ambulâncias deveriam beneficiar toda a população de Ivaiporã e, também, de Jardim Alegre, Arapuã, Ariranha do Ivaí, Lidianopolis e Lunardelli. Para tanto, a região recebe um repasse mensal de cerca de R$ 25 mil para a manutenção dos veículos, mas o pagamento das equipes médicas deveria ser dividido entre os municípios, que é onde está o problema.
"Somente para a UTI móvel precisamos de pelo menos seis equipe médicas para oferecer o serviço, considerando o esquema de plantão básico de atendimento. Esse é o maior custo e a maior dificuldade para nós", afirmou Favarim.
O mesmo problema é enfrentado por Paiçandu, a cerca de 16 quilômetros de Maringá, onde a falta de profissionais qualificados inviabiliza o uso de uma ambulância oferecida pelo governo federal e que beneficiaria cinco outras cidades, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Em entrevista à RPC TV, Sandra Costa afirmou que o município espera um prazo maior para realizar concurso e contratar pessoal.
A Prefeitura de Umuarama, uma dos municípios que aparecem na lista do Ministério da Saúde, informou à RPC TV que as três ambulâncias disponíveis para o município desde 2010 estarão disponíveis à população a partir do segundo semestre deste ano.
De acordo com a Prefeitura, o prédio da sede do chamado Samu Noroeste já está pronto e equipado. No entanto, faltam profissionais para viabilizar o atendimento na região. Por isso, haverá a abertura de concursos públicos para a contratação de 400 profissionais que serão treinados até o segundo semestre.
Segundo informações repassadas pelo prefeito, Moacir Silva (PDT), à RPC TV, na região de Umuarama existem 27 ambulâncias do Samu que deveriam beneficiar 85 municípios da região.