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Alimentação

27,2% dos estudantes de Maringá e região estão acima do peso

Diferentemente de muitos estudantes, Leonardo não sente falta de frituras e refrigerantes na cantina da escola | Josué Teixeira/Gazeta do Povo
Diferentemente de muitos estudantes, Leonardo não sente falta de frituras e refrigerantes na cantina da escola (Foto: Josué Teixeira/Gazeta do Povo)
Veja o ranking das cidades em que os alunos estão acima do peso ideal |

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Veja o ranking das cidades em que os alunos estão acima do peso ideal

A região de Maringá é a que concentra o maior índice de estudantes acima do peso do interior do estado. Foi o que revelou estudo realizado no ano passado pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), publicado recentemente. A avaliação aponta que o Núcleo Regional de Educação (NRE) de Maringá conta com 27,2% dos alunos com o problema.

A avaliação foi executada pelos professores de Educação Física, que verificaram peso e altura de jovens dos ensinos fundamental e médio. Pelo menos 17,6% dos pesquisados estão com sobrepeso e 9,6% apresentam índices de obesidade. O NRE de Cianorte apresenta o segundo pior índice do interior, com 27% dos alunos acima do peso (9,4% de obesos e 17,6 com sobrepeso).

Os índices nas duas regiões chegam a ser maiores do que a média estadual, com 25% dos estudantes foram da faixa ideal. Os números mais preocupantes estão entre os estudantes do fundamental: 18% estão com sobrepeso e 9% enquadram-se como obesos. Levando-se em consideração o total de alunos pesquisados, de todas as etapas de ensino, a obesidade é mais comum nos alunos do sexo masculino: 9%. Entre as meninas, o porcentual é de 7%. As mulheres, por outro lado, lideram o ranking no índice de sobrepeso, com 18% – contra 16,2% entre os rapazes.

A avaliação foi executada pelos professores de Educação Física, que verificaram peso e altura de mais de 927.417 jovens dos ensinos fundamental e médio. A avaliação ainda mostra que 2,3% possuem magreza excessiva.

Preocupação

Os números são considerados preocupantes pelo governo estadual. Segundo a coordenadora de Alimentação e Nutrição Escolar da Seed, Márcia Cristina Stolarski, é necessário aplicar políticas públicas para evitar que os adolescentes apresentem precocemente diabete, problemas cardíacos e hipertensão arterial, entre outras doenças.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 2,8 mi­­lhões de pessoas morrem a cada ano em decorrência do excesso de peso ou obesidade. "Temos de levantar ações para a conscientização escolar como um todo, dos alu­­nos e pais até os professores. O problema, muitas vezes, não é apenas o que o aluno come no colégio, na merenda, mas o que ele come fora. Ainda há os que levam como lanche para o ambiente escolar, frituras e refrigerantes", ressalta Már­­cia.

Ela explica que a avaliação nutricional ocorrerá anualmente e em 2011 serão incluídos os funcionários dos colégios. "O objetivo do monitoramento é obter informações sobre o estado nutricional dos alunos e servidores da rede pública estadual de ensino", explica.

De acordo com Márcia, o levantamento pretende subsidiar o planejamento e a execução de ações de educação nutricional, com o intuito de promover a alimentação saudável e controlar as doenças crônicas. "Temos de provocar ações para mudar os hábitos alimentares de todos. É fundamental conscientizar os pais a terem também uma alimentação adequada em suas casas", afirma.

No Paraná, está em vigor há aproximadamente seis anos uma lei (n.º 14.423/2004) que proíbe as cantinas das escolas, públicas e particulares, de comercializarem salgados fritos, refrigerantes, salgadinhos industrializados e doces. Porém, para a coordenadora estadual, a legislação é insuficiente no controle da alimentação dos jovens. "Ao redor dos colégios cresce o número de lanchonetes que vendem alimentos inadequados aos estudantes. O jovem vai lá, compra e come. A merenda escolar, que é elaborada por nutricionistas, representa apenas de 15 a 20% da alimentação diária do jovem. O problema é o que ele ingere no restante do dia", diz.

Cardápio balanceado na rede privada

Na rede privada de ensino também existe a preocupação com o sobrepeso entre os estudantes. Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, por exemplo, o Colégio Sepam realiza duas vezes por ano uma ampla avaliação física com os alunos. Além de medir o peso e a altura, os profissionais de Educação Física avaliam a flexibilidade, a envergadura e o índice de gordura localizada. Os exames são realizados no início e no final do ano letivo.

Leonardo Pereira de Jesus, de 13 anos, aluno da 7ª série da escola, é quase um exemplo no que se refere a atividades físicas e alimentação adequada. Com notas consideradas boas, ele ainda treina quatro modalidades esportivas – futsal, basquete, judô e handebol – e tem um cardápio balanceado. "Em casa, minha família estimula a gente a comer alimentos mais saudáveis, como frutas e legumes. Eu até como algumas ‘porcarias’ de vez em quando, mas procuro evitar", conta. O estudante afirma não ligar para o fato de a cantina do colégio não comercializar nem frituras nem refrigerantes. "Como eu quase não como essas coisas, nem sinto falta", diz.

No Colégio Positivo de Ja­­guariaíva, no Norte do estado, a situação não é diferente. Segundo a diretora, Sônia Rogenski, além de a cantina não vender qualquer tipo de fritura e refrigerante, os alunos são estimulados a trazer frutas para a hora do intervalo. "A gente sempre procura conversar com os pais para que os alunos tenham uma alimentação balanceada. Na semana passada, teve uma avaliação da taxa de gordura dos estudantes. Anualmente é realizado um exame físico para avaliar como está o peso dos alunos", informa.

Segundo o presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), Ademar Batista Pereira, os colégios privados recebem orientações da Secretaria Estadual de Saúde e do Ministério da Saúde para evitar o sobrepeso dos estudantes. "São realizados programas voltados ao combate da obesidade e do sobrepeso, com avaliações físicas e orientações tanto para os pais quanto para os alunos", afirma.

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