Lançamento
Programa vai capacitar empreendedores com vistas à Copa do Mundo
A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap) lançaram na manhã de ontem o programa Integra. Fruto de uma parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o projeto vai promover treinamentos para melhorar a qualidade administrativa das empresas e facilitar o acesso às informações sobre crédito para micro e pequenos empreendedores, visando preparar o setor para a Copa do Mundo.
Embora o torneio de futebol tenha sido um dos motivadores, George Pinheiro, diretor financeiro da CACB, afirma que a capacitação dos profissionais apresentará resultados que se estenderão após o Mundial e vão colaborar para o aumento no índice de sobrevivência das empresas.
Os cursos envolvem liderança de equipes, contabilidade, qualidade de atendimento ao público e gestão de recursos financeiros. "Com os cursos, os empresários poderão melhorar o atendimento e também ter mais informações sobre financiamentos", diz Pinheiro.
No Paraná, sete cidades estão no projeto: Curitiba, Araucária, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Paranaguá e São José dos Pinhais. Os interessados no projeto poderão se inscrever gratuitamente aos cursos presenciais e a distância.
A taxa de sobrevivência das empresas paranaenses está crescendo, o que sugere que os empreendedores estão planejando mais antes de abrir negócio.
Segundo levantamento divulgado ontem pelo Sebrae, 75% das companhias abertas no estado em 2007 conseguiram funcionar por pelo menos dois anos. Entre as empresas abertas em 2005, a taxa de sobrevivência havia sido de 69,9%.
O índice estadual continua abaixo da média nacional, mas a diferença diminuiu bastante. A taxa de sobrevivência de todas as empresas brasileiras passou de 73,6% entre as fundadas em 2005 para 75,6% entre as abertas em 2007.
Apesar do crescimento, o Paraná ainda ocupa apenas o 10.º lugar entre os 27 estados brasileiros no "ranking da sobrevivência". Com taxa de 70%, idêntica à média estadual, Curitiba deve o pior desempenho entre as capitais da Região Sul e ficou em 14.º lugar na lista nacional. Entre os municípios paranaenses pesquisados, Cianorte teve a maior taxa de sobrevivência das empresas, com expressivos 84%. Maringá, com 64%, teve o índice mais baixo.
No estado, os setores que tiveram as maiores taxas foram a indústria em que 81,7% das empresas estavam "vivas" dois anos após a fundação e construção (74,1%). Marcia Borro, consultora do Sebrae, explica que o mercado da construção civil está aquecido e ainda em crescimento. Outro fator que contribui é o alto investimento necessário para iniciar a indústria, o que força o empreendedor a se planejar melhor.
Para ela, o avanço da sobrevivência está ligado, entre outros fatores, ao aumento do nível de escolaridade dos empreendedores que, assim, têm mais informações e planejam melhor e ao crescimento do poder aquisitivo da população.
Período crítico
Os dois primeiros anos de vida de uma empresa são de muitos riscos. Marco Cunha, professor de finanças do Isae/FGV, diz que muitos empreendedores decidem abrir uma empresa, mas não têm conhecimento global do processo, nem um projeto financeiro para compreender todos os investimentos necessários lacunas que podem levar a empresa à falência rapidamente.
Conhecer bem a futura área de atuação foi decisivo para que a empresa de Cleverton Paulo e seu pai, a MN Paulo Engenharia, atravessasse os dois primeiros anos ela está há sete anos no mercado. Os dois tinham grande experiência na área industrial, o que facilitou o desenvolvimento da parte técnica. "Tem de haver uma transparência nas contas, conhecer a área em que você está atuando e acompanhar a gestão dos funcionários", ensina Cleverton.
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