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Américo Dias Ferraz ao lado do então governador do Paraná, Moyses Lupion | Divulgação
Américo Dias Ferraz ao lado do então governador do Paraná, Moyses Lupion| Foto: Divulgação
  • Inocente Villanova Júnior cumprimenta um de seus eleitores

Durante as duas primeiras gestões da Prefeitura, entre 1952 e 1960, debates foram travados entre a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná e o poder público local. A pauta em questão estava vinculada ao direito de propriedade, aos impostos e às responsabilidades com relação ao eixo urbano municipal.

Inocente Villanova Júnior e Américo Dias Ferraz, ambos eleitos por um processo democrático, representavam, acima de tudo, o povo. A Companhia Melhoramentos, por sua vez, representava o direito privado. Um dos embates mais acalorados estava relacionado aos impostos dos lotes que a colonizadora possuía na cidade e que deveria recolher junto ao município.

O certo é que tanto Inocente quanto Américo desenvolveram projetos importantes para a cidade. Eles Iniciaram as atividades, praticamente, do zero. Naquele período, estava tudo por fazer. Era necessário estabelecer limites aos empreendimentos privados constituídos.

Inocente Villanova Júnior implantou ao longo de seu mandato uma política de instalação de escolas, inclusive em zonas rurais, iluminação pública, estabelecimento de normas para o recolhimento de impostos, postos de saúde, contratação dos primeiros funcionários da Prefeitura, entre outras ações. No final de sua gestão, foi acusado de se beneficiar do dinheiro público. Como era proprietário de uma serraria e de um posto de combustíveis, ele servia o município com itens de suas empresas - fato que quase lhe custou o cargo público.

Américo Dias Ferraz foi um caso à parte. Típico colono retirante que chegou pobre da região e em pouco tempo se transformou em um rico comprador de café. Caipira, utilizou-se da identificação que gerou junto à população e adquiriu uma motoniveladora. Fez sua campanha dessa forma: empreendendo benfeitorias pela cidade.

Figura pitoresca da política local, Américo providenciou a instalação do Corpo de Bombeiros e iniciou a construção de uma rodoviária. Américo era, antes de tudo, um homem com personalidade forte. No final de sua gestão, após discussões com a Companhia Melhoramentos e outros entraves, encerrou seu mandato despachando de seu escritório no Maringá Velho.

Apesar das diferenças estabelecidas e por serem de uma espécie de elite "excluída", tanto Inocente quanto Américo implementaram projetos importantes e de cunho emergencial para o recém município constituído de Maringá. Eram épocas difíceis para a consolidação do poder público em uma região, até então, gerida por uma colonizadora.

Miguel Fernando escreve aos sábados na Gazeta Maringá. Ele é bacharel em Turismo e Hotelaria e especialista em História e Sociedade do Brasil. É instituidor do Projeto Maringá Histórica, o qual se estende na coluna publicada na Gazeta Maringá e em outra, produzida para a Revista ACIM

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