A implantação do sistema binário em Maringá, iniciada há seis meses, melhorou o fluxo de veículos, mas ao mesmo tempo fez crescer o número de acidentes atendidos pela Polícia Militar na região Central de Maringá. Para Secretaria de Transportes, a desatenção dos motoristas com a sinalização e o excesso de velocidade continuam sendo as principais causas de colisões. Com a mudança de hábito e de regras anunciadas nesta quarta-feira (16), esses índices devem cair.
Na Avenida Paraná, por exemplo, uma das ruas que ganharam sentido único com o novo sistema, entre janeiro e maio de 2009 foram contabilizados 36 acidentes, número que subiu para 91 no mesmo período de 2010. Na Avenida São Paulo, os números passaram de 35 para 52, Avenida Herval, de 14 para 61 e na Avenida Duque de Caxias, de 18 para 55.
As vítimas fatais até esta quarta-feira (16) no perímetro urbano são 36, além de outras 13 que morreram em acidentes na Avenida Colombo (trecho que não é de responsabilidade da Setran).
"Com a mudança do sistema binário, houve uma mudança de uso e de costume do condutor maringaense, que possui o hábito em andar em vias de sentido duplo e hoje as vias são de mão única", disse Edson Luis Pereira, diretor de tráfego da Setran.
Já o secretário de transportes, Walter Gurlles, voltou a pedir mais cuidado por parte dos motoristas. "Acidentes são inevitáveis numa mudança desse porte, mas os próprios motoristas admitem que eles são causados pela desatenção. Pedimos novamente que eles diminuam a velocidade para que os prejuízos não se estendam às vidas", disse.
Proposta para desafogar o trânsito
A instalação do Sistema Binário, que mudou o sentido das Avenidas Herval, Duque de Caxias, Paraná e São Paulo, é a aposta da prefeitura de Maringá para desafogar o trânsito da cidade, que tem a maior frota proporcional de automóveis do Estado, com 220,2 mil veículos.
As mudanças para implantação do sistema tiveram início em 21 novembro do ano passado. Desde então foram realizadas modificações nos sentidos de 23 ruas e avenidas nas regiões do Jardim Universitário e das Zonas 02 e 07. Na opinião de Guerlles, até agora os resultados foram satisfatórios. "Quando há mudanças em costumes, sempre existem dificuldades. Mas avaliamos que as os condutores em Maringá estão se adaptando aos novos sentidos".
