Entre os times do interior, o Atlético Clube Paranavaí (ACP) e o Cianorte foram os únicos que tiveram prejuízo na arrecadação de bilheteria no Campeonato Paranaense deste ano. O Vermelhinho amargou, além do rebaixamento, déficit de R$ 17,2 mil e o Leão, R$ 15,6 mil. Na capital, o Coritiba e o Atlético também tiveram prejuízo R$ 1 milhão e R$ 286 mil, respectivamente.
Ao diluir o prejuízo ao longo do campeonato, o ACP teve saldo negativo de R$ 1,6 mil a cada jogo realizado no Estádio Waldemiro Wagner, em Paranavaí. Para o Cianorte, o prejuízo é de R$ 1,4 mil, para cada partida no Estádio Albino Turbay.
O presidente do Paranavaí, Nivaldo Mazin, falou em "um conjunto de coisas que precisam ser revistas" no Campeonato Paranaense, para tentar reverter esse quadro. "Do jeito que está, fica difícil para as equipes do interior. Os clubes, junto com a FPF [Federação Paranaense de Futebol], têm de procurar um patrocínio, para que a gente não tenha déficit."
Boa parte da receita gerada com o público se torna gasto para os clubes, porque a Federação Paranaense de Futebol (FPF) fica com 10% da receita bruta de cada partida do campeonato. Isto significa que a Federação garantiu uma parte em todas as 132 partidas, independentemente se a equipe mandante lucrou ou teve prejuízo com a venda de ingressos. Os donos da casa ainda ficam incumbidos de despesas com arbitragem, seguranças, antidoping, locação de ambulâncias e ingressos, entre outros, onerando significantemente a receita.
O mandatário do ACP disse acreditar que o prejuízo acontece porque o Paranaense não é atrativo. "O torcedor não se encanta com o campeonato", resumiu. O gerente de futebol do Cianorte, Adir Kist, concordou com a afirmação. "Há muito desdenho [que leva ao desinteresse do público]. O Atlético não colocou o time principal, ou seja, o campeonato não é prioridade. O Paraná busca afirmação o tempo todo e não é um time que passa segurança. Além disso, a qualidade da competição é bem menor que a do Paulistão, por exemplo."
A fraca campanha do Leão também foi um fator apontado por Kist. "O Cianorte sempre teve médias maiores, mas a campanha tem a ver com isso. Tem torcedor que vai se o time está bem. Temos só uns 400 fieis que vão com qualquer tempo ou posição [na tabela]", analisou. "Esse prejuízo sempre é relevante, mas temos que honrar com tudo, não podemos deixar de cumprir as obrigações de pagamento."
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