É cada vez mais comum ver artistas conhecidos nacionalmente estrelando campanhas publicitárias produzidas por agências de Maringá. Sérgio Reis, Bárbara Borges, Francisco Cuoco e o cantor Daniel são apenas alguns dos nomes. Os cachês variam, em média, de R$ 50 mil a R$ 150 mil, mas podem ultrapassar os R$ 300 mil, segundo profissionais da área.
A estratégia é uma velha conhecida da publicidade: a associação a um artista de prestígio pode tornar uma marca mais lembrada junto ao consumidor. Mas isso não é tudo. Para o presidente da Associação dos Profissionais de Propaganda (APP) Maringá, Eduardo Peinado, a presença dessas celebridades mostra, também, uma maturidade do mercado publicitário local. "Os anunciantes daqui começaram a entender que investir na campanha é uma boa forma de obter retorno financeiro e fortalecer a marca anunciada."
Para o publicitário e proprietário da Sol Propaganda, Walter Thomé Júnior, campanhas estreladas por gente famosa facilitam o processo de comunicação com o público, o que é determinante para o sucesso. A agência de Thomé é, inclusive, uma das pioneiras na utilização da estratégia na cidade. Há 12 anos, a Sol foi a responsável pela produção de uma campanha para uma rede de varejo local que trazia o então casal de humoristas de destaque do programa global Zorra Total, Nair Belo e Pedro Cardoso. Atualmente, a agência veicula uma peça publicitária estrelada pela atriz Bárbara Borges, para uma marca de colchões, e produz uma outra, para uma empresa de máquinas agrícolas, com o cantor Sérgio Reis. Thomé afirma que quanto maior o prestígio da celebridade, maior será o valor associado à marca do anunciante. "Existem marcas que passam décadas associadas a um rosto famoso, como é o caso de uma determinada bateria e o Emerson Fittipaldi [tri-campeão de Fórmula-1]. Por isso, a escolha desta pessoa deve ser bem criteriosa", ensina.
Para o diretor de planejamento da Nação Propaganda, Josimar Farias, a credibilidade do artista associada à marca anunciada é o principal diferencial na utilização de rostos conhecidos na publicidade. Atualmente, a agência tem uma peça estrelada pelo ator Francisco Cuoco para uma empresa local de negócios imobiliários.
O publicitário e professor universitário Lúcio Olivo Rosas faz uma ressalva em relação à utilização de celebridades em campanhas publicitárias. Segundo ele, é fundamental que o famoso tenha alguma ligação com o que é anunciado. "Isso facilita na comunicação com o público. Se ele não consegue identificar relação daquele artista com o produto anunciado, ele irá, fatalmente, questionar a veracidade daquela informação."
Amadurecimento de mercado profissional reflete na qualidade das campanhas
O publicitário e professor Lúcio Olivo Rosas defende que a boa repercussão de campanhas produzidas em Maringá é o reflexo do amadurecimento dos profissionais locais. "A cidade tem excelentes escolas de comunicação que formam profissionais que nada deixam a dever aos de agências sediadas em São Paulo ou no Rio de Janeiro."
Rosas afirma que os processos criativo e estratégico das agências maringaenses também estão mais maduros. Tanto que, segundo o presidente da APP, Eduardo Peinado, as produtoras de áudio e vídeo, que prestam serviços às agências, também precisaram investir em qualidade. Se, antes, campanhas superproduzidas eram executadas em grandes centros, hoje são produzidas em Maringá. "Acontece uma competitividade natural, que é excelente para o mercado, pois eleva a qualidade do produto, e, claro, para o cliente anunciante", analisa Peinado.
Como resultado, Rosas lembra que agências maringaenses têm acumulado diversos prêmios estaduais e até nacionais, especialmente nos últimos cinco anos. "Esse reconhecimento é só o reflexo da profissionalização do mercado que temos acompanhado aqui."