Os pais acharam a medida exagerada

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Uma situação polêmica aconteceu na manhã desta sexta-feira (3) no Colégio Estadual João Faria Pioli, em Maringá. Cerca de 40 alunos no ensino médio foram obrigados a passar a manhã na quadra de esportes, sem intervalo e perdendo provas, pois não entregaram um bilhete que convocava os pais para uma reunião.

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Um aluno do primeiro ano, que não quis se identificar, conta que chegou a perder uma prova sem possibilidade de reposição. "Passamos a manhã na quadra com um texto para ler. Não podíamos ir ao banheiro, comer na hora do intervalo nem mesmo fazer a prova. Senti que estava encarcerado e tive a nota prejudicada com isso", diz.

Segundo a diretora do colégio, Joana Perez, a instituição está passando por um momento diferente com a implantação do método de ensino por blocos (a grade de matérias é dividida em dois blocos e cada um é ministrado durante um semestre do ano). Em razão das mudanças, a escola desejava fazer uma reunião na noite desta sexta-feira com os pais para discutir as modificações e também a grande quantidade de falta dos alunos.

"Depois de três tentativas frustradas, dei um ultimato a eles, para que trouxessem o bilhete assinado pelo responsável. A grande maioria não trouxe. Como eles eram muitos, eu os levei para a quadra onde dei um texto falando sobre responsabilidade. Minha intenção era fazer com que eles compreendessem a importância deles para o crescimento da escola e arcassem com as suas responsabilidades", explica Joana.

Ela nega que tenha sido uma represália à atitude dos alunos. "Eu queria apenas conscientizá-los de seus atos. Os pais precisam estar presentes para compreender todas essas mudanças que estão ocorrendo na escola", diz.

Cleide Rodrigues, mãe de uma estudante, não concorda com a atitude da diretora. "Ela extrapolou. Acho que não precisava criar uma situação dessas por causa de um papel. Ela diz que quer respeito e participação dos pais, mas essa atitude demonstra somente autoritarismo, pois ela está obrigando todos a estarem nessa reunião. Não é por esse caminho que solucionamos os problemas", diz ela.

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Por outro lado, Antônio Rogério Granado, pai de outro aluno, aprova a atitude da responsável pelo colégio. "A diretora fez com que o colégio se destacasse, ganhasse prêmios. Acho que ela está apenas tentando organizar a escola. Quem geralmente gosta de bagunça costuma não aprovar essas atitudes".

Representantes do Núcleo Regional de Educação de Maringá estiveram no colégio para averiguar a situação. Segundo a chefe do Núcleo, Adelaide Columbari, a professora se excedeu ao tentar fazer os pais participarem da reunião. "Mas acho que a intenção foi boa, às vezes a diretora tem que forçar um pouco para os pais ouvirem as propostas e participarem da vida da escola", diz. Segundo Adelaide, o Núcleo vai apurar os acontecimentos no colégio.

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