Morreu no início da noite desta quinta-feira (8), em Astorga (na região Noroeste do Paraná), Maria Olívia da Silva, de 130 anos, considerada a pessoa mais velha do país. Um dos filhos da idosa, Aparecido Silva, contou que ela havia passado mal depois de jantar e não teve tempo de ser socorrida. O corpo está sendo velado na Capela Mortuária do distrito de Içara e o sepultamento será na sexta-feira (9), às 15 horas.
Nascida em 28 de fevereiro de 1880, em Varsóvia, na Polônia, dona Maria Olívia veio para o Brasil aos 3 anos, sendo registrada em Itapetininga (SP). Apesar da idade, ela não é reconhecida oficialmente como a mulher mais velha do mundo pelo Guinness Book, o livro dos recordes, já que os documentos originais foram perdidos em um incêndio. No entanto, as provas apresentadas pela família da idosa foram analisadas e reconhecidas pelo RankBrasil, o livro dos recordes brasileiros.
Ela residia em um casebre de madeira em Içara, distrito rural do município de Astorga, a cerca de 50 quilömetros de Maringá. Dona Maria Olivia criou 14 filhos (quatro adotados), dos quais apenas três estão vivos. Estima-se que a recordista tenha aproximadamente 400 netos, bisnetos e tataranetos.
Uma vida de muita história
Dona Maria Olívia viveu em mais de dez lugares diferentes (como Porecatu-PR, Centenário do Sul-PR e Presidente Bernardes-SP), mas nunca abriu mão da vida no campo. Desde criança trabalhou na roça, ajudando a plantar feijão, capinar grama e a colher algodão e café.
Casou-se pela primeira vez aos 12 anos, mas foi abandonada pelo marido, que a deixou para ficar com outra mulher. Dessa união teve uma filha. Depois, aos 28 anos, casou-se novamente, e teve mais nove filhos. O segundo marido, Benedito Honório da Silva, morreu aos 84 anos.
Personagem de várias reportagens, Dona Maria Olívia dizia que trabalhou muito na vida e atribiu a longevidade a uma alimentação baseada em feijão e banana.Nos últimos anos, estava com grande dificuldade para se locomover.
Pesava cerca de 30 quilos, contava com 50% da visão e 20% da audição, e tinha problemas no rim, no coração e no pulmão. Por causa da saúde, Maria Olívia passava a maior parte do dia sentada em um sofá próximo à porta da casa, de onde observava o movimento da rua.
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