O tráfico de crack está crescendo e substituindo o comércio de outras drogas em Maringá. É o que mostra um balanço divulgado pela Polícia Militar na manhã desta quinta-feira (1º). O número de pedras da droga apreendidas pela PM neste ano cresceu 83,5% na comparação com os primeiros meses do ano passado. Foram 10,4 mil apreensões contra 5,7 mil.
O volume de maconha apreendida, por outro lado, caiu de 77,4 quilos no ano passado para 3 quilos neste ano. O tenente Alexandro Gomes, da Comunicação Social da PM, ressalva que esse índice pode subir nos próximos meses e superar o de 2009, mas reconhece que o crack vem tomando o espaço de outras drogas. "O crack é uma droga mais forte, e o preço é o mesmo [que o da maconha]. Então há uma migração".
Ele acrescenta que o combate ao tráfico do entorpecente também está se intensificando. "O aumento do tráfico de crack é uma realidade. E o combate a esse tipo de crime está cada vez mais forte. Nossos dados mostram isso."
Gomes diz que a participação da população é fundamental no combate a esse crime. "O serviço de Narcodenúncia [cujo contato telefônico se dá pelo número 181] tem trazido resultados muito positivos. É a população denunciando o que vê, de forma anônima e segura. Isso nos ajuda muito", diz o tenente.
O balanço da polícia mostra ainda que o volume de cocaína apreendida se manteve praticamente estável: caiu de 227 gramas para 208 gramas. Já o número de armas apreendidas passou de 53 para 64 - aumento de 20%.
Adolescentes traficando
Há outro dado preocupante, e também ligado ao crack: o número de adolescentes apreendidos por cometer crimes diversos subiu quase 23%, passando de 96 para 118.
Gomes explica que os adolescentes são cada vez mais aliciados por traficantes, pois o período máximo de privação de liberdade a que ficarão expostos é de três anos. "É forte o aliciamento de jovens para o mundo das drogas. Eles são usados para traficar e, às vezes, acabam se tornando usuários. Isso faz com que cometam roubos e furtos, para sustentar o vício."
Em relação à prisão de adultos, houve ligeira queda, de 593 para 508 - redução de 14%. Considerando-se somente as prisões e apreensões por uso e tráfico de drogas, entre adultos e adolescentes, houve queda de 170 para 143, o que resulta em um decréscimo de 15%.