Quem vê o desenvolvimento do mercado imobiliário de Maringá, constata um segmento em constante expansão. No entanto, esse processo foi ainda mais intenso há meio século. Nas décadas de 1940 e 1950, as estruturas comerciais chegaram a abrigar, em um curto período, várias empresas.
O local onde funciona atualmente o Restaurante Baco foi o cenário da Vivenda Antonieta, de Milton Gonçalves Campos, corretor da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. A obra foi iniciada em 1949 e concluída em janeiro de 1954. A grandeza da obra chegou a ser considerada uma espécie de ponto turístico, quando, ao longo da década de 1950, pessoas iam até o local só para ver o grande jardim e a bela casa construída.
A Pizzaria Zucchini também abriga um contexto peculiar. Foi lá que o restaurante mais requintado da década de 1950 funcionou: o Restaurante Lord Lovat, de propriedade do alemão Herbert Mayer. Nessa área ainda funcionou a Câmara Municipal de Maringá (CMM) e o Recanto do Criador.
O Edifício João Tenório Cavalcanti, localizado na Avenida XV de Novembro, na esquina com a Avenida Duque de Caxias, foi ocupado pelo Banco do Brasil (BB), CMM e Biblioteca Municipal.
A Coletoria Estadual de Impostos, comandada durante parte da década de 1950 por Néo Alves Martins, atuou em um prédio na então Rua Aquidaban (atual Néo Alves Martins), quase esquina com a Avenida Getúlio Vargas. A base da construção continua praticamente intacta.
A conhecida Casa Ribeiro & Cia, dos irmãos Francisco e Manoel Feio Ribeiro, foi fundada em 1947, na Avenida Brasil, na esquina com a Avenida Herval. Apesar de remodelações estruturais, algumas características ainda são visíveis no espaço assumido atualmente pela loja Osmoze.
O prédio da atacadista Dias Martins S.A. Mercantil, que era comandada por Américo Marques Dias, situada na Avenida Carneiro Leão, na esquina com a Avenida Paraná, salvaguarda sua fachada do período no qual foi fundado.
O encontro da Avenida Duque de Caxias com a Rua Santos Dumont, ponto comercial de uma lotérica, foi primeiro abrigo do Bar Lisboa, depois do Móveis Cimo, responsável pela produção das cadeiras do Cine Horizonte. O Bar Demori também atuou no local.
Verifica-se que em todos os locais descritos, as estruturas sofreram modificações, mas, de maneira geral, preservaram particularidades da época a qual foram construídos. Outros prédios, sobretudo os da Avenida Brasil, são pontos históricos e resguardam aspectos arquitetônicos de diferentes etapas de Maringá.
Fontes: Acervo Maringá Histórica / Entrevista concedida pelo Historiador João Laércio Lopes Leal em 15/07/2010 / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá.
Miguel Fernando escreve aos sábados na Gazeta Maringá. Ele é bacharel em Turismo e Hotelaria e especialista em História e Sociedade do Brasil. É instituidor do Projeto Maringá Histórica, o qual se estende na coluna publicada na Gazeta Maringá e em outra, produzida para a Revista ACIM
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