Na metade da década de 1950, Maringá assistiu sua segunda corrida eleitoral. Da folclórica campanha, logrou êxito, em 1956, Américo Dias Ferraz, que, empunhando sua viola sobre os precários palcos improvisados, conquistou o povo. Nos primeiros anos do mandato, Américo atuou incisivamente para o desenvolvimento urbano de Maringá.
Entre as realizações do então prefeito, faz-se jus ao "épico" projeto de construir sete fontes luminosas. Se contrapormos o "sonho" de Américo com a realidade de Maringá da época, teremos: de um lado, uma cidade desprovida de condições sóciossanitárias; de outro, a aplicação de um investimento considerado, por alguns, desnecessário.
O certo é que, paralelamente às disputas de poder entre a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná e o "Caboclo Violeiro", Dias Ferraz inaugurou a primeira das fontes luminosas na Praça Raposo Tavares, a 10 de maio de 1957, durante as festividades do 10º. aniversário do município.
Esta fonte é memorável na vida dos antigos moradores de Maringá. O reitor do Centro Universitário de Maringá (Cesumar), Wilson de Matos Silva, lembra: "Vínhamos para o centro da cidade durante a noite só para vê-la funcionando". Entretanto, poucos sabem, outras duas fontes deram sequência ao projeto: uma foi concluída e a outra, não.
A segunda fonte luminosa foi finalizada no centro da Praça Dom Pedro II (atual Praça Dep. Renato Celidônio / Centro de Convivência). Em uma foto de 1959, é possível constatar o feito. Tempos depois, esta estrutura foi excluída do local.
A Praça da Rodoviária (depois denominada Napoleão Moreira da Silva, em 04/05/1957), palco de diversas e inusitadas discussões travadas durante a gestão de Américo, foi o espaço para a construção da terceira fonte luminosa.
Em 1960, no final de seu mandato, sua construção foi iniciada com a promessa de ser entregue em três meses. Contudo, esta obra nunca foi concretizada. Bem como as outras quatro fontes anunciadas.
A fonte luminosa da Praça Raposo Tavares sobreviveu até meados da década de 1970, quando, após algumas modificações, foi retirada do local. Com a reelaboração das praças e o crescimento urbano, "As Fonte de Américo Dias Ferraz" perderam seu espaço na dinâmica cidade de Maringá.
Fontes: Acervo Maringá Histórica / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Livro "A igreja que brotou da mata", do Pe. Orivaldo Robles
* Miguel Fernando escreve aos sábados na Gazeta Maringá. Ele é bacharel em Turismo e Hotelaria e especialista em História e Sociedade do Brasil. É instituidor do Projeto Maringá Histórica, o qual se estende na coluna publicada na Gazeta Maringá e em outra, produzida para a Revista ACIM
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