Aeroporto Regional Dr. Gastão Vidigal na década de 1950| Foto: Divulgação
Praça Napoleão Moreira da Silva na década de 1960
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Os traços urbanísticos e arquitetônicos de uma cidade podem ser marcantes e de referencial para outras regiões. Basta olhar para um prédio de época, por exemplo, para regressar ao passado, a fim de avaliar a importância da construção e sentir a nostalgia dos antigos moradores.

Um dos arquitetos mais importantes do Brasil foi José Augusto Bellucci. Paulistano, graduou-se em arquitetura pela Escola de Belas Artes de São Paulo. Em Maringá, suas obras fizeram história e estão mais presentes do que se pode imaginar. Fazer uma caminhada pelo centro, visitar um parente que faleceu e atravessar uma praça ajudam a enxergar a influência desse profissional na cidade.

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As construções que levam sua assinatura são o Grande Hotel Maringá (atual Hotel Bandeirantes, que está desativado), o Aeroporto Regional Dr. Gastão Vidigal (ainda em madeira), o Maringá Clube, a Catedral Nossa Senhora da Glória, o Cemitério Municipal, o Paço Municipal/Praça Cívica, a Praça Napoleão Moreira da Silva e o arranjo paisagístico da Praça Dom Pedro I (atual Centro de Convivência). Além deles, existiram outros projetos que acabaram não saindo do papel: a Praça Regente Feijó (na vila operária), a Praça Caravelas (atual Praça Pedro Álvares Cabral), os edifícios de velório e o crematório do Cemitério Municipal e o Teatro Municipal.

Dentre todas essas obras, pode-se destacar o Grande Hotel Maringá, a Catedral e a Praça Napoleão Moreira da Silva. O primeiro, inaugurado em 1955, abrigou diversas personalidades importantes, como Pelé, Roberto Carlos, Príncipe Akihito (atual imperador) e a Princesa Michiko do Japão, dentre outros. A segunda, finalizada em 1972, é um marco pouco divulgado pelo mundo. Elaborada em parceria com Dom Jaime Luiz Coelho, ainda deixa um lastro de controvérsias sobre o seu formato: uns dizem serem duas mãos em formato de oração, apesar de a versão oficial ser a de que o sacerdote teria se inspirado nos foguetes espaciais russos. Já a terceira, inaugurada em 10 de maio de 1962, é um marco urbano da cidade, apesar de estar atualmente deteriorada. O plano da mesma é diferenciado das demais, sendo naturalmente mais atrativa para o passeio público.

Maringá possui prédios cujos autores são praticamente desconhecidos, mas que geram surpresas nas novas pesquisas. Recentemente, descobriu-se que Rino Levi também deixou sua assinatura na cidade, no antigo Banco Sul América (Avenida Getúlio Vargas esquina com a Rua Santos Dumont – atual Bom Livro).

A cidade nasceu dos punhos de importantes arquitetos e urbanistas. As análises têm mostrado, porém, que esse segmento carece de um maior aprofundamento histórico.

Miguel Fernando escreve aos sábados na Gazeta Maringá. Ele é bacharel em Turismo e Hotelaria e especialista em História e Sociedade do Brasil. É instituidor do Projeto Maringá Histórica, o qual se estende na coluna publicada na Gazeta Maringá e em outra, produzida para a Revista ACIM

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