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Após 23 dias, bancários aceitaram proposta da Fenaban

Após 23 dias de paralisação, os bancários aceitaram a nova proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), de aumento salarial de 8% (aumento real de 1,82%). O presidente do Sindicato dos Bancários de Maringá, Claudecir de Oliveira, comemorou a conquista de alguns avanços.

Alem do reajuste nos salários, a proposta prevê a elevação de 8,5% sobre o piso salarial (ganho real de 2,29%); 10% sobre o valor fixo da regra básica e sobre o teto da parcela adicional da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), entre outros benefícios. Também foram incluídas cláusulas como proibição de os bancos enviarem SMS aos bancários cobrando resultados, abono-assiduidade de um dia por ano e adesão ao programa de vale-cultura do governo, no valor de R$ 50 por mês.

No primeiro dia de atendimento após a greve dos bancários, o Procon de Maringá recebeu pelo menos 15 reclamações sobre a demora no atendimento nas agências da cidade. Segundo o diretor do órgão, João Luiz Agner Regiani, clientes relataram espera superior a 1h30, enquanto a lei exige que o atendimento seja realizado em, no máximo, 20 minutos. O diretor afirma que as multas poderão variar entre R$ 20 mil a R$ 85 mil, dependendo da situação e reincidência do banco. Segundo eles, todos os bancos com agências na cidade foram alvos de reclamações.

Equipes de fiscalização do Procon visitaram 25 agências bancárias ao longo desta segunda-feira (14) para verificar o atendimento. Apesar das visitas, o órgão não atuou diretamente qualquer estabelecimento. "Optamos em realizar orientação aos clientes para que eles viessem ao Procon e formalizassem o problema. Se as equipes fossem esperar pelo atendimento em cada unidade, não conseguiríamos fiscalizar todos os locais estabelecidos." O diretor explicou que as 25 agências foram escolhidas por apresentarem os maiores números de atendimentos diários.

Apesar das reclamações registradas no Procon, o vice-presidente do Sindicato dos Bancários, Carlos Rodrigues, alegou que a situação foi tranquila em todas as agências da cidade e que a demora no atendimento é consequência do acúmulo de trabalho que ocorreu por conta da greve. "Acreditamos na compreensão dos clientes e da fiscalização nesses primeiros dias."

Apesar de o atendimento ao público ser oferecido em horário normal, das 11h às 16h, o acordo entre sindicatos e bancos prevê que funcionários poderão trabalhar em atividades internas em horários especiais, até 13 de dezembro, para normalizar o serviço caso seja necessário.

O vice-presidente do sindicato da categoria explicou, também, que os bancos poderão solicitar ao Banco Central a permissão de atender clientes em horários especiais. Nesta segunda-feira (14), por exemplo, o Banco Itaú de Maringá iniciou o atendimento aos seus correntistas às 8 horas. "Não temos informação se horário será oferecido também nos próximos dias ou se esta foi uma situação específica para o primeiro dia de atendimento", explicou Rodrigues.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Banco Itaú para esclarecer e informar sobre o possível horário especial de atendimento, mas até as 18h15 não havia obtido retorno.

Multas durante a greve

Durante a greve dos bancários, o Procon de Maringá aplicou R$ 1,3 milhão em multas a sete agências locais por problemas no atendimento básico à população. "As irregularidades detectadas [na primeira semana da greve] se referem à falta de auxiliar para orientar a utilização do autoatendimento; a desativação de alguns serviços dos caixas eletrônicos, como o saque, o depósito e a transferência eletrônica; e até a não disponibilização de envelopes para depósitos", citou o diretor órgão, João Luiz Agner Regiani.

O vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Maringá e Região, Carlos Roberto Rodrigues, disse na ocasião que os bancários iriam lutar para anular as multas do Procon.

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