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BHC retirado de Mandaguaçu será incinerado no Rio de Janeiro

O veneno foi embalado em tambores e ficou temporariamente guardado na sede do antigo Instituto Brasileiro do Café (IBC) | Fabio Dias/ Gazeta do Povo
O veneno foi embalado em tambores e ficou temporariamente guardado na sede do antigo Instituto Brasileiro do Café (IBC) (Foto: Fabio Dias/ Gazeta do Povo)

As quase 22 toneladas do agrotóxico BHC que foram retiradas nos últimos dias de Mandaguaçu, a 20 km de Maringá, serão incineradas até o final da semana em Belford Roxo, no Rio de Janeiro. O veneno, que é proibido no Brasil há 24 anos e estava enterrado em propriedades rurais do município, foi embalado em tambores e ficou temporariamente guardado na sede do antigo Instituto Brasileiro do Café (IBC).

O transporte será feito por dois caminhões. Um deles já foi carregado na manhã desta terça (18), com auxílio da Cooperativa Cocamar. O outro deve ser carregado nesta quarta (19). O chefe regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Paulino Mexia, informa que a incineração será feita na empresa Haztec Tecnologia e Planejamento Ambiental, que é certificada pelo órgão ambiental fluminense para a tarefa.

De acordo com o secretário estadual do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, o trabalho custará entre R$ 3,50 e R$ 4,50 por tonelada, o que significa que o custo total pode chegar a R$ 100 mil. O valor inclui desde a retirada até a incineração do veneno.

O agrotóxico estava enterrado em 42 propriedades rurais de Mandaguaçu e foi retirado na última semana em cumprimento à Lei N° 16082, sancionada em abril deste ano, que dá prazo até novembro para que os agricultores declarem a existência do BHC na propriedade. O governo estadual lançou nesta terça uma campanha para estimular a retirada do veneno. (leia box ao lado).

"O produto estava guardado, mas os agricultores não podem usá-lo. Então era um transtorno, sem contar o risco que esse material ofeceria aos produtores", diz secretário de Agricultura de Mandaguaçu, João Aparecido Saes.

Em 7 de julho, quatro toneladas de BHC que estavam enterrados há 20 anos na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Maringá, também foram retiradas. O material foi incinerado em Taboão da Serra (SP).

O veneno

O BHC é um inseticida, cuja sigla vem do nome inglês Benzene Hexachloride, usado no combate de pragas na lavoura. O BHC foi bastante usado nas lavouras de café no Paraná, sobretudo na década de 80.

Em contato com o homem, ele causa danos irreversíveis ao sistema nervoso central. A absorção pelo organismo pode ocorrer por via oral, respiratória ou pelo simples contato com a pele. Entre os sintomas de contaminação estão convulsões, dores-de-cabeça, tremores e arritmia. Em casos mais graves, o veneno pode levar a vítima à morte.

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