Animais no ambiente de trabalho
Participantes de atividades fora dos ambientes domésticos, os pets conquistaram, também, espaço nas empresas. É o caso da agência de publicidade maringaense Jump Comunicação, que tem atualmente duas gatas como mascotes.
O arte-finalista Fernando Dantas conta que os bichanos passaram a dividir espaço com os profissionais da agência em 2008, quando o gato Ildo apareceu no local e foi adotado pela equipe. "No começo, algumas pessoas não gostavam, falavam que tinham alergia. Mas agora todo muito aceita e gosta."
Depois do desaparecimento de Ildo, há alguns meses, a agência adotou outras duas gatas: Pris e Mel. Dantas conta que como as mascotes andam livremente pela agência são até conhecidas dos clientes. A mobilização pelas gatinhas é tanta que os nomes delas foram escolhidos em uma votação popular na página da agência no Facebook no mês de junho.O arte-finalista diz acreditar que a presença de bichos torna o ambiente de trabalho mais agradável. "É bom quando você está lá todo concentrado, estressado e vem a gata e senta perto de você. O ambiente fica mais leve."
É cada vez mais comum que estabelecimentos comerciais abracem a causa "pet friendly" - ou amigos dos animais, em tradução livre -, seja pela solicitação de clientes ou convicção dos proprietários. Em Maringá, a moda de aceitar a entrada de animais de estimação ainda é recente e restrita às lojas, shoppings centers e a um hotel da cidade.
O primeiro estabelecimento a adotar oficialmente o conceito foi o Shopping Cidade, há quatro anos. De acordo com a administração do local, a permissão da entrada dos animaizinhos se deu pela demanda e conscientização da importância que os mascotes têm para seus donos.
No entanto, a administração explica que apesar de bem-vindos, os animais que circulam pelo shopping devem seguir algumas determinações. Eles não podem ser maiores que 40 centímetros de altura, precisam usar coleira ou permanecer no colo dos donos. A área de circulação também é restrita aos corredores e lojas que permitam a entrada de animais.
As mesmas regras também valem para o Shopping Catuaí, onde a entrada de animais com mais de 20 quilos e de raças consideradas violentas - como Mastim Napolitano, Bull Terrier, American Stafforshire, Pastor Alemão, Rotweiller, Fila, Doberman e Pitbull não é permitida.
Para informar as regras aos clientes, a administração do shopping explica que existem painéis de informações distribuídos nos corredores com as normativas do passeio consciente com os animais de estimação. "Temos a equipe do balcão do SAC [Serviço de Atendimento ao Consumidor] e seguranças que são treinados para dar esse tipo de orientação", explica o superintendente do shopping, Alonso Fernandes.
Nos dois casos, a circulação dos animais nas praças de alimentação ou mercados não é permitida. De acordo com Larissa Rios, diretora geral do site Turismo 4 patas primeira organização brasileira a dar certificação aos estabelecimentos "pet friendlys" - essa regra atende à legislação e as normas sanitárias vigentes no Brasil. "Mas é cada vez mais comum que shoppings e restaurantes com área externa permitam a permanência de animais nesses locais, como já ocorre em outros países. Aceitar animais é uma questão comercial e necessária."
Larissa salienta que aceitar a entrada de animais não quer dizer, necessariamente, que um estabelecimento é "pet friendly". "Entendemos que ter essa marca é mais que aceitar, é fazer com que haja um esforço em fazer o dono e o animal se sentirem bem." Para isso, ela cita que alguns locais oferecem vasilhas com água, espaço para que os animais façam suas necessidades e até saquinhos para que os donos limpem a sujeira do animalzinho.
"Uma coisa que eu acho fundamental é que os donos tenham responsabilidade sobre seus pets. Porque a gente sabe que tem gente que não gosta de animal, tem medo. Quem gosta precisa respeitar isso também."
Comércio local começa a aceitar pets
Além dos shoppings centers, lojas da cidade também começam a aceitar a entrada de animais. O proprietário das lojas Linda Li, Vanderlei Fernandes, diz acreditar que esta é uma tendência natural no comércio. "Acho que não tem como ser diferente já que hoje 80% das pessoas têm animais de estimação. Proibir a entrada desses animais seria perder clientes", defende. Fernandes conta que nunca registrou qualquer incidente em suas lojas por conta da presença dos bichinhos. Ele afirma que pessoas que têm pets já sabem como proceder em locais públicos. "A pessoa já toma a iniciativa de segurar o animal no colo e cuidar para que ele não faça sujeira."
De acordo com o levantamento da reportagem da Gazeta Maringá, apenas o Hotel Cidade Verde aceita a entrada de cães e gatos em Maringá. O gerente Cláudio Crepaldi diz não saber precisar desde quando o hotel adota a prática, mas que é um procedimento antigo. No entanto, Crepaldi pontua que existem ressalvas. "Quando aceitamos a entrada dos animais tentamos investigar se não é um bichinho muito barulhento porque isso é o que mais atrapalha os outros hóspedes. Deixamos claro, também, que tudo que for utilizado pelo animal e a sujeira feita por ele é de responsabilidade do dono."
Outra prática adotada pelos hotéis da cidade é oferecer o telefone de acomodações especializadas em animais de estimação. O método é comum na rede Bristol, segundo a assessoria de imprensa do Bristol Metrópole Hotel, em Maringá. A diretora do Turismo 4 Patas critica a iniciativa. "Acho que isso não adianta, porque quem viaja com seu pet quer ficar com ele. Senão, é mais fácil deixar o animal sob o cuidado de alguém de sua confiança ou em hotel para animais em sua cidade. Mudar de ambiente e se separar do dono é muito estressante para o animal."