O narguilé virou moda entre os jovens, mas traz muitos riscos à saúde.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Matelândia aprovou projeto parecido

O narguilé foi proibido, em maio deste ano, de ser usado em todos os locais públicos de Matelândia, cidade de 16 mil habitantes no Oeste do Paraná. A Câmara Municipal aprovou um projeto de lei de autoria do prefeito Edson Primon (PMDB). "Um pai me disse que estava comprando o narguilé para dar de presente à filha de 13 anos porque seus amiguinhos também usavam", contou o prefeito.

O projeto de lei não prevê multas ou punição para quem for apanhado fumando em praça pública. Determina apenas o recolhimento do material. A influência do narguilé na região se dá em razão da proximidade com a comunidade árabe de Foz do Iguaçu, onde moram cerca de 12 mil imigrantes e descendentes.

(Gazeta do Povo)

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Os vereadores da Câmara Municipal de Maringá aprovaram, em primeira discussão, a proibição do uso do cachimbo do tipo narguilé em bares, lanchonetes, restaurantes, casas noturnas e similares estabelecidos na cidade. A votação ocorreu durante a sessão desta terça-feira (10). O projeto de lei, que recebeu 12 votos favoráveis, é de autoria dos vereadores Dr. Sabóia (PMN) e Flávio Vicente (PSDB). Maringá já tem uma lei que proíbe o uso de cigarro e derivados em locais fechados desde 2006.

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De acordo com o texto, o consumo do cachimbo fica proibido em bares, lanchonetes, restaurantes, casas noturnas e similares da cidade. O descumprimento da norma, por parte do proprietário do estabelecimento, acarreta multa de R$ 500. Em caso de reincidência, a punição sobre para R$ 1 mil. Uma eventual terceira infração resulta na suspensão do alvará de funcionamento do local por 15 dias e, por fim, na cassação definitiva da autorização. O projeto deve seguir para segunda votação.

De acordo com os vereadores, apesar de a lei municipal proibir o uso de cigarros e derivados, alguns comerciantes e usuários driblam a norma, pois o fumo usado nos cachimbos pode ser mesclado com vários tipos de produtos. A proibição do uso em qualquer ambiente comercial, segundo os parlamentares, está diretamente relacionada à saúde dos consumidores.

"Há um trabalho de uma doutora em pneumologia da USP [Universidade de São Paulo] que prova que o narguilé é mais nocivo que o cigarro comum. O carvão acesso tem uma temperatura muito alta e causa lesão no pulmão", diz Sabóia. Ele acrescenta ainda que a proibição visa coibir o estímulo do uso do cachimbo entre os jovens. "Se alguém quiser fazer [uso do narguilé], que faça em casa, e não em local público."

A avaliação do vereador é referendada pelo pneumologista do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, Paulo Kussek, que em fevereiro deste ano concedeu entrevista à Gazeta do Povo. Segundo ele, uma hora puxando fumaça ao estilo árabe equivale a fumar cinco maços de cigarro. "O fumo que é colocado no narguilé contém tabaco e nicotina. Então, vicia igual. A diferença para o cigarro é que uma hora fumando narguilé equivale a ter fumado cem cigarros. Isso porque a quantidade de fumaça do narguilé é muito maior", explica o especialista.

Na opinião de Iludia Rosalinski, responsável pela Divisão de Risco Cardiovascular da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná (Sesa), a possibilidade de fumar narguilé em grupo e a existência de fumos de diferentes sabores – tem até de chiclete – faz com que a "brincadeira" se torne ainda mais atraente para os jovens. "Com os fumos com sabor, o cheiro não fica desagradável. Mas o pior é quando os adolescentes se juntam para fumar e conseguem piorar o efeito, colocando maconha no lugar do fumo ou bebida alcoólica no lugar da água", alerta Iludia, que também falou com a Gazeta do Povo.

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