Os vereadores de Sarandi votaram, nesta segunda-feira (30), a favor da instauração de uma Comissão Processante (CP) para investigar supostas irregularidades cometidas pela prefeitura. Existem suspeitas de que a administração municipal tenha comprado bombas de veneno e herbicidas na loja agropecuária de um ex-funcionário da prefeitura. Dez bombas de passar veneno e 150 litros de herbicida teriam sido adquiridos por R$ 8 mil. Três vereadores vão fazer parte da Comissão.
A investigação vai apurar se o ex-chefe de gabinete, Ailson Donizete de Carvalho, fez a compra sem licitação na própria loja. Ele acabou sendo demitido do cargo depois de efetuar a compra. Os vereadores alegam que, na época, não houve licitação e que estão encontrando dificuldades em conseguir documentos junto à prefeitura. "Os documentos já deveriam ter sido entregues. Chegamos lá para ver as notas e eles não quiseram mostrar", disse Aparecido Bianco, vereador integrante da CP.
Os parlamentares disseram ainda que outras denúncias, inclusive de corrupção, têm chegado à Câmara, mas em todos os casos há dificuldade de acesso aos documentos. Segundo Ministério Público, a administração municipal está respondendo a 36 inquéritos que estão tramitando em segredo de justiça
Segundo presidente da Câmara, Cilas Moraes (DEM), a CP vai ser presidida pelo vereador Luiz Carlos Aguiar (PPS), além de ter Aparecido Bianco (PT) como relator e José Roberto Grava (PSC) como membro. Os vereadores têm cinco dias para iniciar os trabalhos que terá prazo máximo de 90 dias para serem finalizados.
O prefeito Milton Martin (PP) fez uma reunião nesta segunda para se defender das acusações. Ele mostrou documentos e cópias de cheques da compra. "Não tínhamos conhecimento (de quem era o dono da loja) e fizemos o processo de dispensa da licitação de forma legal. Assim que ficamos sabendo foi devolvido o dinheiro aos cofres públicos", disse.
Veto
Outra questão que seria apreciada na Câmara nesta segunda foi adiada a derrubada do veto do prefeito Milton Martin à proposta dos vereadores que prevê a demissão dos secretários municipais de Sarandi que moram em outras cidades, . A Câmara recebeu o veto na semana passada. O projeto de lei determina que, caso não fixem residência em Sarandi em um prazo de 60 dias, os secretários que moram fora sejam exonerados do cargo. Cinco dos dez secretários seriam atingidos, incluindo os de Educação, Saúde e Urbanismo.
De acordo como presidente da Câmara, a derrubada do veto deve entrar na pauta nas próximas sessões. "Não tivemos tempo para apreciar a idéia hoje (segunda), mas deverá entrar em discussão em breve", completou. A proposta que pede a demissão dos secretários municipais "forasteiros" foi aprovada por unanimidade pelos parlamentares.