Diante dos constantes casos de incêndios ambientais registrados principalmente no mês passado, um grupo formado por 17 instituições dará início nesta quinta-feira (9) a "Campanha Integrada de Prevenção e Combate às Queimadas". O projeto tem o objetivo de conscientizar a população sobre a gravidade e os riscos do uso do fogo para limpeza de terrenos.
"Normalmente, nós fazemos esta campanha em setembro, mas decidimos antecipar diante do longo período de estiagem que tivemos nas última semanas e o crescimento do índice de focos", explicou o gerente municipal de Prevenção de Riscos, Claudemir Celestino.
Segundo dados do Corpo de Bombeiros de Maringá, somente este ano foram registrados 167 casos de incêndios ambientais, 37 a menos do que o mesmo período de 2010. No entanto, somente em maio deste ano foram 44 focos contra 13 do mesmo mês do ano passado.
Para evitar novos casos, os órgãos envolvidos no projeto farão uma série de palestras em empresas e colégios. Também devem ser adotados métodos eficientes de se utilizar o rigor da lei para evitar a prática das queimadas.
"No ano passado, um morador do Cidade Alta que foi queimar o lixo acabou gerando um incêndio em uma área de fundo de vale com oito alqueires. Para evitar este tipo de situação, vamos reforçar o trabalho preventivo", ressaltou Celestino.
Estiagem influenciou aumento de focos
Somente entre abril e maio, foram 45 hectares devastados pelo fogo no período de abril a maio de 2011, um número dez vezes superior ao mesmo período do ano passado. Segundo os bombeiros, esse crescimento também foi influenciado pela baixa umidade do ar no período e pelo lixo descartado em terrenos baldios e nas ruas.
Das 99 ocorrências atendidas nos dois meses anteriores, 46 foram em locais abandonados. De acordo com o comandante da área operacional do Corpo de Bombeiros de Maringá, capitão Henrique de Sá, a maioria dos casos de incêndio se deve ao lixo jogado em locais indevidos.
"Bitucas de cigarro, sacolas plásticas e até vidro, nos meses de frio, quando o ar é mais seco, podem facilitar o foco de incêndio", disse, em nota encaminhada para a imprensa.
Área rural também teve casos
Este ano, a área rural de Maringá teve cinco incêndios atendidos pelos bombeiros. As queimadas foram utilizadas como alternativa para limpar a área de plantio. Segundo Sá, não se deve utilizar esse recurso pela possibilidade de ocorrer um incêndio. "As consequências vão desde a poluição do ar com a emissão de gases como o carbônico, até perdas econômicas, já que estes resíduos decantam no solo, empobrecendo a produtividade."