Casas populares são invadidas em Mandaguari

Em Mandaguari, há 32 quilômetros de Maringá, casas populares foram invadidas no domingo (3). As residências no Jardim Boa Vista foram ocupadas por famílias que não conseguiram se cadastrar no programa de distribuição das moradias. A confusão foi noticiada nesta segunda-feira (4) pelo Paraná TV – 2º edição.

Uma das pessoas surpreendidas pela situação foi a moradora Cláudia Fontes. Ela e o marido haviam recebido a documentação e a chave da casa uma semana antes do natal. "A nossa surpresa foi chegar e ver a casa arrombada, mesmo com cadeado nas janelas, quando retornamos a casa já estava invadida e o que mais me impressionou foi ver crianças utilizando os varões colocados nas cortinas como armas e também uma criança com faca na mão", relatou a moradora.

A família que ocupou a casa de Cláudia informou que chegou às 4 horas da tarde de domingo e que só entrou na casa por desespero. "Fui pra me inscrever, mas não fizeram a inscrição porque eu não tinha holerite, certidão de casamento", comentou Rosana de Larmi, representante da família que ocupou a casa.

Os moradores dizem que pelo menos cinco casas foram invadidas. Os invasores alegam que as moradias foram mal distribuídas. "O povo que realmente precisa nem conseguiu fazer a inscrição. A maioria precisa, mas têm muita gente com casa, carro do ano que está até trocando, vendendo e alugando casa e isso não é justo", disse Marcelo Dias, invasor de uma das casas.

Ainda nesta segunda-feira, investigadores da Polícia Civil foram ao local para identificar os invasores. Segundo o delegado, Zoroastro do Prado Filho, "a lei diz que se eles saírem pacificamente sem uma ação da justiça são isentos de pena e se não saírem são responsabilizados criminalmente com uma pena de detenção de até dois anos".

A Polícia Militar disse que só pode fazer a reintegração de posse depois de uma decisão da justiça. "Nós não podemos simplesmente chegar lá nessas residências e colocar as pessoas pra fora ou pedir que elas saiam porque elas não vão atender e possivelmente pode ocorrer um confronto, então nós aguardamos uma medida judicial", explicou o tenente Mauri de Camargo.

Os moradores que tiveram as casas invadidas registraram boletins de ocorrência, mas ainda não entraram com ação de reintegração de posse. Quanto à reclamação de quem não conseguiu uma casa a assessoria de imprensa de Mandaguari explica que foi feito um sorteio entre os cadastrados a relação foi encaminhada para a Caixa Econômica para aprovação dos financiamentos.